VII Barómetro Executive Digest – João Almeida Lopes

O investimento em mãos-de-obra qualificada foi um dos principais tópicos analisados pelo painel que constitui o Barómetro da Executive Digest. Ou não estivesse a robotização a crescer a passos firmes.

Por João Almeida Lopes, general manager da Medinfar

Muitos sectores queixam-se de falta de mão-de-obra que diminui o crescimento das empresas e o aumento do PIB potencial da Economia. É uma excelente notícia ver a taxa de desemprego a descer consecutivamente. Estamos, aliás, nos níveis de desemprego mais baixos dos últimos 14 anos (segundo o INE – 7,4%). É provável que este número venha ainda a descer. No entanto, existe uma preocupação que para além de económica é também social: o desemprego jovem é superior a 20% e não tem vindo a descer (dados INE – 15 a 24 anos).

Acho portanto que é preciso reflectir em pelo menos dois assuntos: Está a aumentar a concorrência por capital humano. Isso é excelente e irá forçosamente aumentar o salário médio. Haverá situações, sejam regionais ou não, em que a escassez de acesso a capital humano poderá por em causa o desenvolvimento económico das empresas. É preciso que isto seja tido em conta, pensando no médio prazo e em como as empresas vão conseguir ultrapassar esta questão. O binómio investimento/capital humano é o que pode fazer a diferença e o simples facto do aumento do salário médio não resolve a escassez de capital humano que o País pode encontrar. Segundo, há curriculums escolares estagnados desde a década de 2000.

Vivemos num mundo imcomparavelmente diferente daquele de há 15 anos. Sabemos que são processos com muita inércia, mas é preciso reflectir se temos o sistema educativo adaptado às necessidades não só de hoje, mas sobretudo do futuro. Para isto, os agentes económicos podem em muito contribuir em conjunto com as entidades governamentais e instituições escolares, na definição de programas adaptados às necessidades reais e regionais, já que essas necessidades dependem do tipo de tecido económico de cada zona. Certamente existirão muitos mais assuntos para reflectir, mas estes dois parecem-me andar de “mão dada”.

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