V Barómetro Executive Digest – Paulo Teixeira

As reformas na educação, na saúde ou na justiça foram avaliadas pelo painel que responde a este Barómetro Executive Digest. Em praticamente todas há consenso: Portugal tem que se adaptar rapidamente para responder a mudanças que são globais.

Por Paulo Teixeira, country manager da Pfizer Portugal

Se é verdade que o SNS é uma das principais conquistas da nossa democracia, são igualmente reais os desafios que este enfrenta. O envelhecimento da população, o aumento do peso das doenças crónicas e a expectativa e necessidade de mais e melhores cuidados de saúde desafiam a sustentabilidade dos sistemas de saúde de hoje. O avanço da ciência, a inovação terapêutica e novos modelos de gestão e financiamento da saúde são incontornáveis. As parcerias público-privadas têm sido um dos instrumentos que o Estado tem utilizado como forma de partilha de risco na prestação de cuidados de saúde.

Actualmente existem quatro hospitais em regime de parceria público-privada, que se traduziram em 2017 num investimento de 479M€. Ainda que, aproximadamente, 50% do painel considere a opção de fomentar o aumento destas parcerias, na minha perspectiva, esta não deve ser per se a prioridade na reforma do SNS. Existe um problema essencial de sub-financiamento crónico do SNS, com impacto na estrutura de recursos humanos, na equidade do acesso aos cuidados de saúde e à inovação terapêutica, na capacidade de responder aos compromissos com os fornecedores, apenas para nomear alguns.

A prioridade que se impõe é a decisão política de dotar o SNS dos recursos financeiros adequados, considerando um horizonte plurianual, e de promover uma gestão qualificada que promova a qualidade e eficiência dos cuidados de saúde

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