“Uberização” preocupa executivos a nível mundial
A convergência da indústria que resulta no nascimento de concorrentes de sectores que não seriam espectáveis constitui a principal preocupação dos executivos de todo o Mundo. O fenómeno designado por “uberização” é apontado por 54% dos inquiridos pelo estudo “Redefining Boundaries: Insights from the Global C-suite Study” da IBM quando questionados sobre qual o factor que mais afectará o negócio das suas empresas nos próximos três a cinco anos.
Para resolver este problema imposto por empresas como a Uber, as organizações mais competitivas e com melhor desempenho darão mais atenção às capacidades cognitivas, priorizando-as em mais 24% do que as restantes empresas do sector em que operam. Este tipo de comportamento deverá ajudar a prever o que poderá acontecer e, assim, ganhar vantagem frente aos concorrentes.
António Raposo Lima, presidente da IBM Portugal, citado em comunicado, afirma: «Na realidade, a disrupção digital que vivemos conduz, por um lado, a uma enorme quebra das barreiras de entrada em praticamente todos os sectores e, por outro, a uma alteração das cadeias de valor tradicionais, o que revoluciona por completo indústrias e cria novos e inovadores modelos de negócio, em que as regras do jogo são completamente alteradas.»
Depois de realizadas 5200 entrevistas a CEO, CMOs e CFOs, entre outros executivos C-level, de mais de 70 países, incluindo Portugal, o estudo da IBM conclui que «até agora, um dos principais riscos para o mercado era o aparecimento de um novo concorrente que trouxesse para o mercado um produto de melhor qualidade ou mais barato. Hoje, a concorrência é muitas vezes invisível até que seja tarde demais.»
Dificuldades e desafios
Apesar de já no estudo de 2013, 60% dos CEOs dizerem querer envolver directamente os clientes no processo de negócio, através do seu feedback, dois anos depois pouco mudou. O documento de 2015 revela, ainda assim, que a maioria dos executivos prevê a forma como interagem com os clientes, com 81% a falar em experiências digitais para os consumidores e 66% a considerar criar experiências mas individualizadas.
Quanto à força externa que mais afecta as empresas, todos os executivos, garante a IBM, apontaram a tecnologia. «Acreditam que a cloud, as soluções de mobile, a Internet das Coisas e as tecnologias cognitivas são as áreas de valor que mais ajudarão a transformar os seus negócios», ainda que não estejam confiantes quanto à questão da segurança, com 68% dos entrevistados a indicar a segurança de TI como o risco número um dos seus negócios.