Sector automóvel deverá empregar 80 mil pessoas até 2020
No prazo de dois anos, a taxa de empregabilidade no sector automóvel deverá aumentar 2,6%, em Portugal, fazendo com que esta indústria seja responsável pela contratação de mais de 80 mil pessoas. A previsão é apontada pela Mobinov – Associação do Cluster Automóvel.
Segundo a associação, cabe ao sector automóvel 27% dos empregos gerados na indústria transformadora nos últimos quatro anos. Actualmente, emprega 72 mil pessoas, o equivalente a 10,8% da empregabilidade directa na indústria. A este número acrescem ainda cerca de 130 mil postos de trabalho indirectos.
No entanto, apesar da previsão optimista relativamente aos níveis de empregabilidade, o cenário não é totalmente positivo: «A indústria automóvel é muito competitiva no nosso País, sendo responsável por 6% do PIB e 20% das exportações. Estamos perante uma actividade muito dinâmica na qual é esperado um forte investimento e crescimento para os próximos anos, contudo, actualmente deparamo-nos com um problema muito preocupante que está relacionado com a escassez de mão-de-obra especializada e qualificada, uma necessidade à qual o nosso País não está preparado para dar resposta», comenta José Couto, presidente da Mobinov.
Os principais obstáculos incluem a emigração para outros países com remunerações mais atractivas, grande rotatividade nas empresas, escassez de competências e contratos de trabalho temporários.
«Os trabalhadores da indústria automóvel são profissionais antigos, perto da idade da reforma, sendo por isso fundamental direccionar os jovens para a indústria, de forma a ser possível responder à escassez de profissionais com as qualificações e competências exigidas», indica ainda o mesmo responsável, apontando algumas soluções como promoção de formação profissional técnica e estabelecimento de parcerias com outras empresas.
Neste sentido, a Mobinov anuncia que irá mesmo avançar com o lançamento de um plano de formação específico para a indústria automóvel. Em comunicado, a associação revela que se trata de uma medida que surge após discussão com a secretária de Estado da Indústria Ana Teresa Lehmann.