Os smart speakers têm futuro?

Por Manuel Falcão, director-geral da Nova Expressão – planeamento de Media e Publicidade

São os dispositivos que permitem ouvir música e estabelecer comunicação directa, respondendo às suas questões.

Um dos sectores que poderá ter maior crescimento nos próximos anos tem a ver com os smart speakers, altifalantes inteligentes. O número de smart speakers no mercado não pára de aumentar e a concorrência entre as marcas é enorme. Para além das variantes do Echo da Amazon, do Google Home Max ou do Apple HomePod, há ofertas de marcas áudio como a Sonos, a JBL, a Bose ou a Logitech em preços que vão desde os 70 aos 400 euros. Estes aparelhos permitem que o utilizador fale e receba respostas das assistentes virtuais como a Alexa da Amazon, a Google Assistant ou a Siri da Apple. Nos EUA, o número de utilizadores de smart speakers aumentou 28% desde o início do ano. Os aparelhos podem ligar-se aos smartphones e uma das razões do seu êxito tem a ver com o facto de em muitas circunstâncias se poder deixar de escrever num pequeno ecrã para, em vez disso, comandar através da voz tarefas simples, mas frequentes, como saber as últimas notícias, actualizar as previsões sobre o estado do tempo ou fazer chamadas telefónicas. A realidade é que para pessoas mais velhas o comando por voz é mais cómodo e ultrapassa dificuldades de visão ou problemas com a destreza dos dedos num pequeno teclado. Algumas aplicações destinadas a este segmento etário permitem fazer controlos na área da saúde e auxiliar em compras habituais e em comandos de aparelhos domésticos.

Um estudo realizado no primeiro semestre deste ano indica que a busca de informação, a selecção da música que se quer ouvir, o envio de mensagens e a compra online são as actividades mais utilizadas nos smart speakers por utilizadores com mais de 50 anos. Ao mesmo tempo muitas marcas estão atentas às possibilidades que estes aparelhos oferecem para estabelecer um novo canal de comunicação com estes consumidores. Ou seja, os utilizadores terão que encarar a voz como um conselho ou uma explicação e não como um incentivo à compra. Um mundo cheio de desafios pela frente.

Tendências internacionais no digital

O investimento em publicidade em suportes vídeo para dispositivos móveis aumentou, em termos globais, cerca de 45% no primeiro semestre do ano, enquanto o investimento em compra programática de publicidade ficou nos 28% – revela estudo recente de uma consultora internacional especializada nesta área. O formato mais procurado foi o vídeo em ecrã total, que só por si subiu 38% do total do crescimento. As estimativas apontam para que em 2020 o vídeo represente mais de metade do total do investimento publicitário em display. Quer o Google quer o Facebook reportaram aumentos substanciais de venda no inventário de publicidade em vídeo durante o primeiro semestre, nomeadamente com o Instagram e o YouTube. Um dos conteúdos que gerou maior procura na publicidade digital em vídeo foi o Campeonato do Mundo.

Qual a rede social preferida pelos jovens?

Relatórios indicam que, nos EUA, o Instagram já bateu o Snapchat. Isto sobretudo devido ao progressivo declínio de utilização do Facebook entre os adolescentes. Segundo os mesmos relatórios o Snapchat manteve-se estável, mas o Instagram teve uma subida acentuada ao longo deste ano – actualmente é referido como a aplicação preferida por 32% do segmento, número que compara com os 8% que dizem preferir o Facebook. O ponto interessante é que enquanto o Snapchat parece estar a ser incapaz de roubar utilizadores a outras plataformas, o Instagram assume o seu crescimento exactamente por transferência de utilizadores, nomeadamente do Facebook, mas também do Twitter. Se tivermos em conta o critério da utilização pelo menos uma vez por mês constatamos que o Instagram regista 85% entre os teenagers, o Snapchat 84% e o Facebook apenas 36% – uma queda em relação ao ano passado em que a taxa de utilização era de 45%. Já os utilizadores com 15 anos apenas 28% dizem utilizar o Facebook apenas uma vez por mês.

Este artigo foi publicado na edição de Novembro de 2018 da Executive Digest.

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