Estrutura de remuneração dos executivos em Portugal é conservadora

A componente fixa da remuneração dos executivos, em Portugal, tem um peso de 60%, sendo que a componente variável ocupa os restantes 40%. No campo da remuneração variável, o bónus anual é o que tem uma maior expressão (30%). Esta distribuição faz com que o País fique atrás dos Estados Unidos da América e Reino Unido, por exemplo, apresentando uma forma de remuneração mais conservadora.

A conclusão é da Mercer no estudo “Remuneração de Executivos de Topo”, onde também são apontados os factores de desempenho mais utilizados para atribuir bónus no caso de CEOs: EBIT, EBITDA e resultados líquidos (83%), outros indicadores financeiros (64%) e indicadores não financeiros como desempenho individual (45%). No caso de administradores executivos: resultados da empresa (83%), desempenho individual/resultados não financeiros (67%) e resultados da divisão/unidade de negócio (58%).

Relativamente às percentagens de pagamento, continua o estudo, o bónus do CEO corresponde, em termos medianos, a 39% do salário mensal, caso atinja os objectivos. Se conseguir exceder as metas estabelecidas, sobe para até 60%. Já para os restantes administradores executivos, o bónus é de 27% no primeiro cenário e 55% no último.

Diogo Alarcão, partner da Mercer, citado em comunicado, considera que o facto da grande maioria das empresas determinar o pagamento do bónus em função dos resultados não é uma surpresa, «uma vez que o pagamento em função do desempenho é a prática mais comum». Contudo, o responsável acrescenta que, ainda assim, têm «vindo a notar, particularmente em algumas empresas cotadas, a utilização crescente de uma componente qualitativa na avaliação dos administradores executivos».

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