AFIA desvenda mitos sobre veículos eléctricos

A multiplicidade de informação que surge, todos os dias, sobre o futuro da mobilidade, e os veículos eléctricos em particular, pode baralhar mais do que ajudar. Por isso mesmo, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) decidiu dar um contributo, esclarecer alguns mitos e providenciar novos dados.

Comecemos pela venda de veículos. De acordo com a AFIA, foram vendidos 14,6 milhões de carros ligeiros de passageiros, no ano passado, na União Europeia, o que representa um aumento de 6,8% face a 2015. Destes, 96% dizem respeito a veículos com motores de combustão tradicionais, que recorrem a produtos petrolíferos. Os restantes 4% correspondem a automóveis híbridos ou movidos a combustíveis alternativos.

As vendas de veículos tradicionais subiram 6,9% para 14 milhões e as de veículos híbridos ou eléctricos 4,1% para 600 mil unidades. Posto isto, “em termos de crescimento absoluto anual, foi incomparavelmente maior o crescimento do número de veículos tradicionais do que o crescimento de veículos que incorporam motores eléctricos”, refere a AFIA.

Seguimos, então, para o tema emissões de gases. De acordo com a associação, “seria um equívoco assumir que o aquecimento global seja causado, principalmente, pelos veículos automóveis”. A nível global, o transporte rodoviário é responsável por cerca de 13% das emissões de CO2 com origem no homem.

Porém, é verdade que todas as fontes de CO2 devem ter em atenção o problema e procurar melhorar o seu desempenho, desenvolvendo soluções mais ecológicas.

A AFIA prevê ainda que a transição para um mercado 100% constituído por viaturas totalmente eléctricas será muito mais lenta do que a maioria dos analistas avança, ainda que se registe uma pressão no sentido de reduzir os consumos e emissões.

Segundo a associação, a evolução do mercado de veículos eléctricos vai depender de dois factores externos: preço do petróleo e custo da electricidade. Além disso, dependerá também do preço a que os automóveis eléctricos são vendidos, a sua autonomia, disponibilidade de meios públicos e privados para carregamento de baterias, aceitação pública deste tipo de mobilidade, tipologia de veículos e evolução tecnológica.

A AFIA desconstrói ainda o mito de que os fabricantes de componentes automóveis tradicionais correm o risco de desaparecer. “Esta ideia é errónea, já que a grande maioria dos componentes utilizados nos carros com combustão interna continuará a ser utilizada nos veículos eléctricos”, explica.

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