Administradores e operários ganharam menos em 2015
O ano de 2015 foi atípico no que se refere a remunerações, já que, ao contrário da tendência verificada anteriormente, as funções de topo como directores-gerais e administradores e as funções de menor responsabilidade como é o caso dos operários viram os seus salários diminuir 1,6% e 1,38%, respectivamente. Os dados são do Total Compensation Portugal 2015, realizado pela consultora Mercer, e revelam ainda que, por outro lado, as chefias intermédias e os directores de 1ª linha ganharam mais 1,52% e 0,73%, respectivamente.
O cenário faz prever que, a longo prazo, os pacotes de remuneração e de incrementos salariais sejam uniformizados, devido ao ciclo de ajustamento económico que levou 22% das empresas a congelar os aumentos salariais mas devido também à subida já registada de alguns ordenados. Esta situação «reflecte a preocupação em recuperar competitividade nas estruturas de remuneração, após um período onde a preocupação dominante foi o reequilíbrio financeiro», explica o estudo.
Quanto às previsões relativamente ao número efectivo de colaboradores, 26% das inquiridas afirmou que antecipa aumentar o quadro de funcionários e apenas 14% admitiu despedimentos. O estudo da Mercer indica ainda que 60% das organizações garantiu que irá manter o número de trabalhadores em 2015.
As mudanças no tecido empresarial são visíveis também ao nível da experiência dos trabalhadores. “O ambiente cada vez mais competitivo e selectivo nas empresas origina, como consequência, uma necessidade imperiosa de, por um lado, rentabilizar os recursos existentes e, por outro, identificar os melhores talentos que garantam a prossecução e a consecução dos objectivos estratégicos”, lê-se em comunicado. O desafio é, então, mantê-los e para isso poderá contribuir o valor do salário. Em 2015, o salário-base anual dos recém-licenciados, no seu primeiro emprego, está entre os 11.950 e os 18.177 euros, valores baixos do que em 2014 quando oscilavam entre os 12.600 e os 18.075 euros.