Nestlé avança com despedimentos em África
A Nestlé vai reduzir em 15% a sua força de trabalho nos 21 países africanos em que marca presença e a explicação é clara: o crescimento da classe média africana fica aquém das previsões da marca.
Em declarações ao Financial Times, Cornel Krummenacher, chief executive da Nestlé para a região da África equatorial, explica que a marca pensava que o continente africano seria a próxima Ásia, no que diz respeito à evolução do poder de compra da classe média. No entanto, o cenário revelou-se decepcionante para a Nestlé e a solução é admitir o erro e fechar portas.
Só este ano, a Nestlé já encerrou os escritórios no Ruanda e no Uganda, está a cortar a gama de produtos no continente pela metade e planeia também fechar 15 armazéns até ao final do Verão.
De acordo com Cornel Krummenacher, a Nestlé investiu aproximadamente mil milhões de euros nas duas dezenas de países africanos em que está presente, nos últimos dez anos, pelo que a decisão de fechar fábricas e despedir trabalhadores não foi tomada de ânimo leve.
«Não temos dinheiro suficiente todos os meses para pagar as contas. Com estes cortes, esperamos atingir o break even no próximo ano», conta Cornel Krummenacher.