9º Get Together da OCI abordou a Gestão da Mudança em Comunicação Interna

observatorioO Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa (OCI) promoveu mais um Get Together, tendo como anfitriã e moderadora Vera Norte, Directora de Comunicação Ibérica e Directora de Comunicação de Recursos Humanos Corporate da Tetra Pak Internacional.

Desta vez, o encontro ficou marcado pela apresentação de case studies da CH Consulting, MSD e Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS). O OCI foi fundado pelo Grupo Inforpress, em parceria com a Universidade Católica e a revista Executive Digest.

“O OCI surgiu da necessidade de partilhar os temas de comunicação interna pouco desenvolvidos ainda no nosso país e o principal objectivo é o de trocar experiências, discutirmos o que cada um de nós faz na sua empresa e quais são as melhores práticas. É dessa forma que temos vindo a crescer e a prova disso é o número crescente de pessoas que tem vindo assistir aos Get Together, que por si só é já um case study, contando agora com 150 pessoas”, começou por dizer Vera Norte. “As empresas têm que mudar e evoluir, temos que conseguir alcançar estádios de calmaria para apreender mais conhecimento”, acrescentou.

Paula Pedro, directora do Gabinete de Apoio à Gestão do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, apresentou de seguida o novo modelo de gestão do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, que necessitou de um processo de mudança organizacional. Paula Pedro referiu que a IGFSS, com 35 anos de existência, é “a única entidade da Administração Pública a ter o Prémio Recognised for Excellence”. “Há cinco anos, não havia uma cultura de organização de resultados para o cliente. Foi isso que mudou”, referiu. “O processo de mudança iniciou-se com o projecto de certificação e de transformação do nosso modelo de gestão com olhos postos numa cultura orientada para resultados, excelência e qualidade, traduzindo a ambição de prestar um melhor serviço público. Para conseguirmos chegar onde estamos hoje, com resultados de satisfação superiores a 80%, foi fundamental envolver e motivar todos os colaboradores para este processo de mudança. Aqui o papel de liderança da gestão ditou o sucesso de todo o processo”. Para Paula Pedro, “a mudança só é feita se as pessoas a quiserem fazer”. Assim, “é preciso motivar e inspirar as pessoas”, para que estas sintam um “reforço do sentimento de orgulho na prestação de um serviço público”. E é desta forma que se poderá criar uma nova cultura, ao “humanizar os projectos”. Pretendia-se que se assegurasse que “todos conheciam os processos para a mudança”, incentivando “a inovação, criatividade e participação activa dos colaboradores”, sendo que “comunicar para envolver” é fundamental. Como factores críticos de sucesso, Paula Pedro apontou o patrocínio da Gestão, já que “é importante que a equipa de gestão esteja sempre presente”, além de uma “liderança clara, equipa multi-disciplinar e trabalhar junto das pessoas”. É necessário o “envolvimento de toda a equipa de dirigentes, que funcionaram como agentes da mudança”, acrescentou. Em suma, Paula Pedro considera que “não definimos só a nossa estratégia. Conseguimos, de facto, implementá-la”.

Já Margarida Barreto, Responsável de Recursos Humanos da Merck Sharp & Dohme, abordou o que foi feito após a fusão da MSD com a Schering-Plough em 2009, onde foram necessárias várias reestruturações, com a comunicação interna a assumir um papel minimizador do impacto da integração dos colaboradores. “Desde a fusão que estamos num processo de transformação de cultura. Temos vindo a trabalhar em diversas frentes, criando alternativas, projectos que levem ao envolvimento e que minimizem o impacto que um processo de mudança gera, quer para quem fica, quer para quem vai. Tudo isto tem sido feito com base numa comunicação directa, face-to-face, a uma só voz, simultânea e principalmente verdadeira”. No Universo MSD, “Portugal é a única subsidiária que é marketing líder”, segundo Margarida Barreto, que disse ainda que a empresa conta com 100 mil colaboradores. Registou-se “70% de engagement em Portugal”, “não houve desmotivação em Portugal nas pessoas que ficaram”, concluiu. Os principais factores de sucesso foram, segundo Margarida Barreto, “trabalhar-se em conjunto nas melhores soluções”, a revisão da gestão do talento duas vezes por ano e ver “a mudança numa óptica de sponsorship”, com uma “preocupação de informar as pessoas”. Construiu-se também um livro, chamado “Nós”, com as fotografias de todos as pessoas com os compromissos das mesmas para com a empresa. Contudo, Margarida Barreto, não deixou de referir que “em termos de integração, ainda temos muitos passos para dar”. “Gerir a mudança é uma responsabilidade de todos, todos têm um papel”, finalizou.

António Henriques, CEO do Grupo CH, fez a última apresentação, onde a comunicação interna é encarada como “factor de transparência na organização”. O CEO disse que fazem parte do ADN Empresarial “a organização, pessoas, mercado e estratégia”. “Quando nos perguntamos de que lado está a comunicação interna e de que lado está a comunicação externa da empresa, decidimos que queremos ser uma organização completamente transparente, e deixa de haver uma divisão. Existe apenas comunicação”, comentou António Henriques, CEO do Grupo CH. Faz parte da estratégia de comunicação os seguintes parâmetros: políticas, carreira, equipas (“o nosso produto somos nós”), comunicação e mimos (como campanhas internas e parque para mamãs).

No 9º Get Together, foi também apresentado o novo membro do Conselho Assessor do OCI, a Accenture, representada pela directora de Recursos Humanos, Fernanda Carvalho. Além disso, foi também anunciado o lançamento da newsletter do Observatório, com a descrição dos case studies apresentados e as últimas notícias de Comunicação Interna. O próximo encontro vai realizar-se no dia 18 de Janeiro, com o tema Inovação em Comunicação Interna.

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