“Que 2015?!”

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Ricardo Florêncio

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Dezembro de 2014 da revista Executive Digest

2014 foi claramente um ano de ruptura, em vários quadrantes, em muitas áreas. Do lado empresarial assistiu-se ao desmoronar de um dos grupos referência em Portugal, ao emagrecimento e à incerteza que rodeia o futuro de um outro colosso, à vinda de um leque de investidores internacionais que adquiriu diversas empresas, sendo algumas de posição dominante em Portugal, à alteração de accionistas de referência de um vasto conjunto de empresas, ao minguar do PSI 20, que hoje já é o PSI 18, com um valor de capitalização consideravelmente mais baixo do existente em anos anteriores, entre muitas outras situações.

Noutra vertente, assistiu-se ao longo do ano à apresentação de um largo conjunto de escândalos, de processos judiciais, com os temas da corrupção, enriquecimento ilícito, entre muitos outros, que atingiu um vasto conjunto de entidades e pessoas, com a particularidade de vermos envolvidos altos quadros e responsáveis do Estado, elevando para níveis nunca antes vistos, as dúvidas e questões de idoneidade e seriedade dos gestores públicos e políticos, com todas as consequências nefastas que essa situação acarreta.

Infelizmente não se assistiu, como se estava à espera, a uma redução com substância do peso do Estado e a uma menor interferência do Estado no funcionamento da Economia.

Concluímos, isso sim, que somos um País de Turismo, com todos os índices a bater recordes sucessivos e ainda com grande capacidade de crescimento, um aumento significativo do peso da agricultura, mas uma agricultura diferente, com inovação, com tecnologia, com investimento e uma agricultura voltada para a exportação. Constatámos ainda que temos uma indústria competitiva, com qualidade, procurada por um número crescente de marcas internacionais, e temos um País com um conjunto de características e infra-estruturas que permite olhar para o futuro com boas perspectivas.

Misturando isto tudo, que País vamos ter em 2015? É uma incógnita!

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