Os Sinais e a Banca…

Por Ricardo Florêncio

NOS ÚLTIMOS TEMPOS, TEMOS ESTADO A RECEBER “SINAIS” COMPLETAMENTE DISTINTOS DO ESTADO E DA ECONOMIA REAL.

De um lado afirma-se crescimento, investimento, contas públicas controladas, desemprego a diminuir, deficit em linha com o programado, aumento de pensões, aumento de salários na função pública, sendo indícios de uma melhoria nas contas públicas, etc., etc., etc.. Do outro lado, vê-se que a economia não cresce conforme o previsto, a dívida pública não para de aumentar, o consumo privado desce, o investimento não surge, os empréstimos bancários às empresas diminuem, etc., etc., etc.. E afinal como ficamos?

Um outro assunto completamente diferente, mas que numa análise à situação actual não pode fica de fora. A Banca! Mas agora, numa outra vertente. Relembremos os princípios básicos do negócio bancário – receber pequenas somas de muitos clientes particulares (e mesmo empresas) remunerando esses depósitos, para depois emprestar montantes mais elevados quer a particulares, quer a empresas, cobrando taxas mais elevadas. O diferencial de taxas e a maturidade dos empréstimos ditava os ganhos do banco. Contudo, como será o futuro deste negócio, num universo de taxas zero, ou mesmo negativas? Estarão os particulares preparados para pagar pelo facto de terem o seu dinheiro guardado nos bancos? Em vez de emprestarem o seu dinheiro ao banco, passam a colocar o dinheiro nos bancos, para eles o guardarem, e assim pagam por isso? E o que acontece aos empréstimos que os bancos concederam a empresas e particulares, se as taxas passarem a negativas?

O negócio bancário pressupõe a existência de taxas de juros. Como fica nesta mudança de paradigma?

Editorial publicado na edição de Setembro de 2016 da revista Executive Digest

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