It’s Arithmetic …… stup….. !

Ricardo Florêncio

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Abril de 2015 da revista Executive Digest

Desde a situação mais macro, à mais micro, ou mesmo nano, há verdades que são universais e não se consegue fugir delas. Seja a referência e o âmbito da nossa análise o País, o Estado, uma empresa, ou mesmo nas nossas vidas pessoais, não se pode continuamente gastar mais do que se tem.

Há um certo dia que tem de parar. Escrevo este editorial quando está quase a perfazer 4 anos que pedimos assistência financeira. E porquê? Porque, de uma forma sistemática, o Estado estava a gastar mais do que recebia e estava assim em déficit contínuo. E não vale a pena brincar com palavras e expressão, se era primário, se era secundário, era déficit e pronto!

Ora, se a carga fiscal existente em Portugal já é por mais que evidente exagerada e mesmo despropositada, se já pagamos inúmeros e elevados impostos, seja directos, seja indirectos – pergunto-me muitas vezes se as pessoas têm real noção e conhecimentos dos impostos indirectos que pagam?!?!?! – não é decerto na receita que se deverá procurar a solução. É claramente na despesa. É na gestão da despesa do Estado que deve incidir a nossa atenção. É na gestão das despesas do Estado que se deve ter mais cuidado, tomar as melhores e mais correctas opções. A “enormidade” (e a expressão não é minha) de impostos que pagamos deverá ser, e é certamente, suficiente para que tenhamos uma qualidade de vida muito melhor do que a que se vive actualmente.

Contudo, continua a haver inúmeros relatos, notícias, de grandes desperdícios, de dinheiros do Estado mal gastos, de apoios a um vasto conjunto de situações, empresas, fundações, e afins, e muitas outras, que levam a que esses montantes não sejam orientados para o seu correcto e adequado fim.

Agora, volto ao início, é simples Aritmética. Não se pode continuamente gastar mais do que se tem.

E já tivemos várias experiências no passado. Espero que tenham servido de lição.

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