A Banca …… e não só!

Ricardo Florêncio

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Março de 2015 da revista Executive Digest

Após o anúncio da OPA da Caixabank sobre o BPI, foi de imediato também anunciado por parte de um accionista de referência do BPI, Isabel dos Sa ntos, o interesse em fundir o BCP e o BPI, visando criar assim o maior Banco a operar em Portugal. Após vários anos de restruturações e reformas de alguns Bancos da nossa praça, o ano de 2015 vai ficar marcado pelo redesenho do
sector bancário em Portugal.

Não só as movimentações que agora se aproximam relacionadas com estas duas instituições, mas também e com grande influência no puzzle final, o desenlace final do “Novo Banco”. Quem vai ficar com o “Novo Banco”? Um banco já existente em Portugal, que alarga a sua rede? Uma nova entidade bancária, que via esta aquisição entra em Portugal? Um grande investidor que quer cimentar a sua posição em Portugal e assim adquire um dos maiores bancos em Portugal? Ou um fundo de investimento que assim adquire um banco em Portugal? São cenários actualmente todos possíveis, mas totalmente diferentes uns dos outros, que obrigarão a diferentes tipos de acertos e jogos de equilíbrio no sector bancário em Portugal, levando a diversos tipos de respostas dos demais concorrentes. Não tenhamos dúvidas que no fim do ano de 2015, o sector bancário será outro!

Mas não só na Banca se vive o frenesim hoje em dia. Se a questão PT ficou encerrada na última assembleia geral, temos muito presente a privatização da TAP. E segundo notícias que vão sendo anunciadas, já existem sete interessados, dos quais três companhias brasileiras e quatro conjuntos de investidores. Contudo, estranha-se que não apareça na corrida nenhuma empresa de bandeira do sector da aviação, seja europeia, seja do oriente. Com a panóplia de rotas extremamente atractivas que a TAP dispõe, faria todo o sentido que demonstrassem claro interesse em adquirir a companhia, as grandes companhias europeias, inclusive as do Médio Oriente e Asiáticas, pois o mercado sul-americano, nomeadamente o Brasil, e africano são apetecíveis. Qual a razão da pouco atractividade da TAP para estas companhias? Quais os motivos que poderão estar a afastar estas empresas? Interessa aprofundar claramente esta questão pois se não geramos atractividade, se as nossas mais importantes e sonantes empresas não conseguem atrair as grandes empresas europeias e mundiais, temos um sério problema!!!!

Artigos relacionados
Comentários