A privacidade de cada um…

Por Ricardo Florêncio

Nos últimos anos temos assistido a um aumento brutal de atentados terroristas na Europa.

Para além do terror e sofrimento sempre associados aos mesmos, o que mais horroriza é a simplicidade com que estes são levados a cabo. Basta roubar um camião, uma carrinha, um carro, para espalhar a morte de inocentes. Mas o outro factor que mais surpreende e horroriza é que muitas vezes estes actos são perpetrados por pessoas que vivem na Europa e são muitas vezes cidadãos desses próprios países. Segundo dados da União Europeia, estima-se que haja pelo menos 50 mil radicais islâmicos a viver na Europa. E é aqui que entra um dos maiores busílis da questão.

Onde começa e acaba a privacidade e liberdade de cada um? Até onde desejamos e deixamos que utilizem os nossos dados? Onde está definida esta fronteira? Ninguém gosta de ver a sua vida vigiada, revista, remexida, partilhada. Contudo, pode muito bem ter sido pelo facto de as autoridades competentes estarem constantemente a vigiar e a remexer a vida de muitos, que alguns atentados terão já sido evitados. Ou seja, o fim da privacidade de todos, pode muito bem também ser a salvação de todos… é muito estranho, mas pode ser que tenha de ser assim. Embora muito abordado e debatido é, sem dúvida nenhuma, um assunto extremamente sensível e que merece uma atenção especial por parte de todos.

Editorial publicado na edição de Setembro de 2017 da revista Executive Digest

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