Os livros que influenciaram Carlos Coelho e Paulo Morgado
Dos que transmitem ensinamentos para a vida aos que esclarecem a natureza da intenção humana, foram vários os livros que estiveram ontem em cima da mesa da livraria Leya Buchholz. Carlos Coelhos e Paulo Morgado foram os líderes convidados a partilhar as obras que influenciaram os seus percursos pessoais e profissionais, na segunda edição do evento promovido pela Executive Digest.
Em 20 títulos, Carlos Coelho revisitou obras e autores marcantes na sua vida, do Código da Estrada às «Palavras de Fernando Pessoa». Com «Akio Morita, A Carreira de um Supergestor», de Edwin M. Reingold, o fundador das agências Novodesign, Brandia/Novodesign e Ivity Brand Corp aprendeu que é preciso ter descaramento para ser empresário.
Já Linda McCallister ensinou-lhe que é prudente moderar as declarações, com «I Wish I’d Said That». Também sobre a importância das palavras, Ondjaki e Mia Couto foram referidos pelo presidente da Ivity pela desarticulação bela da língua portuguesa. Ao mesmo tempo, «Greguerías» de Ramón Gómez de la Serna impressionou Carlos Coelho pela estética das palavras, onde mensagens tão capacidade conseguem sintetizar pensamentos importantes.
Paulo Morgado contou em livros o seu percurso profissional, que começou na Roland Berger enquanto consultor de estratégia e, depois, no Banco Finantia, no departamento de corporate finance. «Principles of Corporate Finance», de Richard Brealey e Stewart Myers, tido com uma bíblia para tantos gestores, apresentou-lhe conceitos importantes como o discounted cash flow e a constante presença do binómio risco/retorno.
Para o administrador-delegado da Capgemini Portugal, a licenciatura em Gestão de Empresas que fez na Universidade Católica poderia ter sido baseada nesta obra, a par de «Competitive Strategy» e «Competitive Advantage» do economista Michael Porter; e «Marketing Management», de Philip Kotler.
«O Príncipe» de Maquiavel serviu como preparação para «as lições da vida» e o gestor leu-o sob uma perspectiva crítica. Reforçando a actualidade dos princípios desta obra, Paulo Morgado estabeleceu o paralelo com a situação política portuguesa e citou o que Maquiavel descreve como as características de um líder. A ambição e a coragem são fundamentais para ir mais longe; esta determinação deve aplicar-se também à busca permanente de conhecimento, como fuga ao ócio. Saber comandar e fazer-se respeitar pelo medo sem ser odiado são artes a dominar. «O Príncipe» aconselha o líder a rodear-se de bons colaboradores e a ter presente um espírito de vigília constante.