O NÚMERO 15.000.000.000 USD

O YouTube poderá transformar-se este ano num negócio de 15 mil milhões de dólares e atingir os 27 mil milhões já em 2020, estimam os analistas.

A plataforma online de vídeo adquirida pela Alphabet, a holding que também controla o Google, tem cerca de 1,5 mil milhões de utilizadores no mundo, que colocam uma média de 1 hora de conteúdos diários. Mas, apesar da sua projecção, o YouTube não chega sequer aos 10% das receitas com publicidade do Google, muito abaixo do seu potencial real.
Com 1,5 mil milhões de utilizadores, os 15 mil milhões de dólares equivalem a cerca de 10 dólares de receita anual por cada um. Para efeitos de comparação, referem os analistas, o Facebook gerou uma receita média de 20 dólares por utilizador, no ano passado, e o Twitter chegou aos 6,40 dólares.

O YouTube tem um engagement com os seus utilizadores melhor que o Facebook ou o Twitter. Em média, o utilizador gasta 50 minutos por dia no próprio Facebook, na sua rede social associada Instagram e no seu serviço de mensagens Messenger.

As cadeias de televisão nos EUA e na Europa Ocidental conseguem uma receita média total de 0,23 dólares por pessoas e telespectador. A uma taxa de uma hora por dia, dá cerca de 84 dólares por ano. Será uma hora de televisão por dia realmente 8,4 vezes mais valiosa que um ano inteiro de visualizações no YouTube? Os analistas acreditam que não.

É verdade que a televisão ainda domina em termos de horas de consumo, mas os consumidores estão a ver cada vez menos emissões em tempo real e a dedicar cada vez mais tempo a meios alternativos, como o YouTube.

Considerando toda a tecnologia e poder de atingir audiências do Google, é perfeitamente possível que o YouTube venha a atingir receitas anuais médias por utilizador entre as do Twitter e as do Facebook. A mais longo prazo, é até possível que a monetarização do YouTube atinja níveis comparáveis aos das cadeias de televisão, à medida que for atraindo mais anunciantes da própria televisão e for ganhando mais assinantes para os seus canais pagos.

Mas também é certo que o crescimento do YouTube tem feito baixar o valor médio da publicidade online. No último trimestre, o custo médio por click no Google baixou 16%. Ainda assim, reforçam os analistas, os 15 mil milhões de dólares são possíveis de atingir. E já em 2018. A ver vamos.

Artigo publicado na revista Risco n.º 8 de Primavera de 2018.

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