O Lobo Mau e os três “Pouquinhos”
Hoje em dia, na economia global em que vivemos e em tempos de Crise (com letra grande porque impõe respeito) era bom que se pudesse aplicar a Lei de Lavoisier e que tudo fosse susceptível de transformação antes das doze badaladas. E em boa verdade até se poderá pensar que é! No fundo no fundo, a insolvência de uns é a transformação em mais pobres dos seus credores. A reestruturação de outros é a transformação de centenas em desempregados. E a Crise de todos transformou-se em riqueza para alguns. Nada se perde, nada se cria…
Mas no meio de todas estas tramas, que raiam mais a novela mexicana do que propriamente o conto de fadas, o que encontramos em comum são os personagens, principalmente os que desfilam nas nossas empresas, e arredores, e contribuem para a nossa economia.
Embora não se possa propriamente falar no bom, no mau e no vilão, porque os personagens são mais complexos que isso, hoje em dia, nos quadros da empresa moderna, temos decisões e estratégias que são um reflexo desses personagens e acumulam um pouquinho disto e daquilo, contribuindo assim para actual estado das coisas.
Grassa por isso na empresa moderna, seja ela pública ou privada, a decisão relâmpago e irreflectida que, dependendo da perspectiva, pode ser encarada como empreendedorismo ou então pura falta de ponderação, o chamado “pouquinho senso”! A par destas há ainda as decisões optimistas que esperam resultados fabulosos, com promessas de lucros fantásticos, excelentes negócios… mas em que o rei vai nu! Ora já diz o povo que quando a esmola é grande o santo desconfia e,, porque é ponto assente que não há almoços grátis, deparamo-nos com o “pouquinho esperto”. E embora o terceiro “pouquinho” devesse ser o salvador da pátria com algo semelhante à casa de pedra, firme e hirta, não é isso que se verifica, porque o mercado global não é um conto de fadas! Muitas vezes o que dá azo às decisões relâmpago e pouco inteligentes é a falta de informação necessária em que estas se deveriam basear… é o “pouquinho esclarecido”!
Não se estranhe por isso que hoje em dia nem todas as histórias comecem por “Era uma vez (…)” ou acabem com o clássico “(…) e foram felizes para sempre.”, porque o Caçador investiu as poupanças na Bolsa, perdeu tudo e desistiu do hobby da caça por falta de liquidez para comprar balas.
E no meio de tudo isto onde fica o Lobo Mau? O Lobo Mau acabou por não comer a Avozinha, porque entretanto decidiu ser Vegan e viver dos rendimentos que os “pouquinhos” lhe continuam a dar… ah, e fundou uma seita ali para os lados de São Bento!
Por, Isolda Brasil