A CRISE DE IDENTIDADE DO PASTEL DE NATA

nova-imagem-2Pastel de Nata, a par do Galo de Barcelos

e do Benfica, é um dos maiores indicadores

do estado da economia portuguesa

e um forte indício das tendências dos

mercados mundiais.

Apesar de não se poder dizer que

o crescimento económico português

acompanha as tendências mundiais (vá, vamos pensar em Nós

como “aquele amigo diferente” que tem um estilo próprio), ou

em boa verdade quaisquer tendências sejam elas quais forem,

antes sempre havia garantias e certezas de que algumas coisas,

pelo menos algumas, eram intocáveis! Como o Pastel de Nata!

Antes, quando se pedia um Pastel de Nata em qualquer

pastelaria do nosso país havia “aquela confiança” do que se

seguiria. O Pastel de Nata sabia quem era, de onde vinha e,

sobretudo, para onde ia. Existencialismos à parte, a realidade é

que o Pastel de Nata já não tem o mesmo sabor em todo o lado

nem tampouco sabe o que o espera. Já se revoltou, já se deprimiu,

já aumentou, já diminuiu… e já se internacionalizou! E

com isto perdeu toda a sua identidade! É que o Pastel de Nata

já de si tinha aquele estigma de ser o clone imperfeito do Pastel

de Belém e então a partir do momento em que se pode comer

um Pastel de Nata até na China é porque algo definitivamente

mudou. É certo que 1.3 biliões de Chineses serão sempre uma

mudança, mas ver o Pastel de Nata assim massificado não

deixa de ser bizarro! A China, à semelhança de outros países

em desenvolvimento que emergiram da Crise renovados e não

acabados como os demais (“Nós” lideramos um movimento à

parte, só nosso… o da Crise Crónica), prepara-se para tomar a

dianteira na retoma da Crise e ser o novo motor do crescimento

global, enquanto reinventa o Pastel de Nata.

Artigos relacionados
Comentários