Gestão de recursos e de humanos

rh1Mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades, a Economia globalizou-se, a Empresa actualizou-se, mas no meio de tudo isto as Pessoas mantiveramse! E o principal asset de qualquer empresa, o seu maior valor, é, sem dúvida, os seus colaboradores… ou deveria ser. O colaborador moderno tem formação superior, meia dúzia de formações complementares, três pós-graduações, um MBA, fala pelo menos 3 línguas e tem como objectivo ganhar mil euros antes dos 38 anos! É, à falta de melhor palavra, triste… Ao empregador moderno tem vindo a faltar a consciência de que a criação de valor está intimamente associada aos seus colaboradores e, consequentemente, a satisfação destes traduzir-se-á, obviamente, em benefícios para si. Pese embora tratar-se de recursos, estes recursos são humanos e é aí que está a diferença… curiosamente óbvia, mas vá-se lá saber porquê o “patrão” parece ter alguma dificuldade em apreender o conceito… ninguém é perfeito! Sindicalismos à parte, na empresa moderna a gestão dos colaboradores tem pecado pela desumanização. É normal que o contacto entre os patrões e os funcionários se tenha tornado mais distante, atenta a dimensão de muitas das empresas da actual cena económica, mas já não é assim tão normal que as pessoas sejam encaradas como coisas. Não é porque se paga um, novamente à falta de melhor palavra, “salário” a uma pessoa que se pode exigir-lhe que vista a camisola e viva em função dos desígnios da empresa… ah, e gritar-lhe também não é bonito. Tenho, aliás, a firme convicção que o Criador quando nos dotou da aptidão de elevarmos a nossa capacidade vocal o fez com o propósito de podermos chamar pessoas ou animais que se encontram a uma distância razoável do sítio onde nos encontramos. Não se aplica, portanto, a distâncias de um metro e similares. E é também desprovido de sentido fazê-lo via telefone dado que o aparelho se destina, por natureza e invenção, a obviar as situações em que a distância não se presta ao grito. Noutros casos ainda, creio que o propósito da elevação da capacidade vocal se trata de uma habilidade ou dom a que se chama “cantar”. Posto isto, uma boa gestão de recursos humanos passa, muitas vezes, pela concessão de pequenas regalias e pelo uso de uma boa dose de psicologia, mais ou menos barata, aquilo que comummente os nossos congéneres brasileiros chamam de “conversa para boi dormir”. Um colaborador com o ego inchado é uma mais-valia para qualquer empresa, porque é empenhado, leal e motivado. Não se pode, no entanto, é exagerar na dose nem subestimar a sua inteligência. Muitas vezes o diálogo franco e aberto, próprio dos humanos, e comummente chamado de “respeito” é tudo o que os recursos querem. E é claro que uma remuneração simpática ou prémios de produtividade também ajudam a motivar. Os recursos são humanos e sensíveis, mas não são estúpidos, não é?

Por Isolda Brasil

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