O plano da Levi’s para diminuir as emissões de carbono

Numa jogada inédita e sem precedentes, em 2025, a empresa tenciona cortar as emissões na sua cadeia de fornecimento em 40%.

Por Adele Peters, colaboradora da Fast Company

Há dois anos, uma fábrica no Bangladesh que cosia calças de ganga para a Levi Strauss & Co. juntou-se à empresa numa nova experiência: trabalhando com peritos da International Finance Corporation (IFC), procurou formas de poupar energia. Num ano, a fábrica e cinco outras que tomaram parte do projecto-piloto na Índia, Sri Lanka e Vietname diminuíram as emissões de carbono numa média de cerca de 20% e colectivamente pouparam 880 mil euros.

É um trabalho que a Levi’s agora tenciona fazer crescer à medida que procura um novo objectivo – diminuir as suas emissões, já que é uma empresa alinhada com o acordo climático de Paris. Em 2025, a empresa tenciona usar energia renovável em 100% de todas as suas infra-estruturas, cortar as emissões nesses edifícios em 90% em comparação com 2016 e diminuir as emissões da sua cadeia de fornecimento em 40%.

As lojas de retalho, centros de distribuição, escritórios e duas fábricas remanescentes que ainda possui são responsáveis por apenas 1% das emissões totais de carbono. Cultivar algodão é responsável por 10% das emissões. Mas criar tecido e coser as peças de roupa, respectivamente, perfazem 31% e 9%. Sem trabalhar com os fornecedores, a empresa está limitada na quantidade das emissões que consegue reduzir.

Contudo, convencer os fornecedores a levarem a redução de emissões a sério não é simples de fazer. Mindy Lubber, CEO e presidente da Ceres, empresa com fins não lucrativos que trabalhou com a Levi’s, explica: «É preciso ser mais inteligente, criativo, empreendedor para que os fornecedores o façam, porque as empresas não são donas deles e embora exista um incentivo económico para que o façam, não os podem obrigar.»

Ainda assim, a Levi’s acredita que é possível. Vai também trabalhar com fornecedores para avaliar a possibilidade de mudar para energia renovável, e irá trabalhar com a IFC para ajudar a financiá-las. Irá expandir o programa para trabalhar não só com as fábricas que cosem os tecidos, mas também nas que produzem o tecido – e que largam três vezes mais emissões de carbono.

Embora os agricultores não estejam incluídos no plano para lidar com a cadeia de fornecimento, a empresa tenciona continuar a trabalhar com a Better Cotton Iniciative, um programa que ajuda agricultores a cortarem nas suas emissões de carbono ao usarem menos fertilizantes químicos e pesticidas, e a mudarem para práticas como a plantação de culturas de cobertura. A Levi’s continua a procurar formas de ajudar os consumidores a reduzirem o impacto, visto que são responsáveis por cerca de um terço das emissões da empresa.

Este artigo foi publicado na edição de Agosto de 2018 da Executive Digest.

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