O FIM DO MUNDO
conhecemos, está em mudança
radical. As economias
emergentes vão começar a ditar
regras económicas e sociais.
Conheça um pouco do que vai e
do que está a acontecer.
Quando a região da Europa
e Ásia Central (EAC)
celebrou o 20.º aniversário
da queda do Muro
de Berlim no dia 9 de
Novembro de 2009, a celebração
ocorreu, numa
grande coincidência da
história, na altura em que
a região se encontrava no
meio da sua primeira recessão
generalizada – e a
mais séria que a maioria dos países havia visto desde
a desintegração da União Soviética.
A convergência na direcção do padrão de vida da
Europa ocidental retirou milhões de pessoas da pobreza
e criou, nos últimos anos, uma classe média
que cresceu rapidamente. Isto aconteceu num contexto
de, e facilitado por, um processo notável de
(a) democratização política e criação de novas instituições
que tornaram os governos mais responsáveis
perante a população e (b) para vários países, a
integração na União Europeia. Mas estes feitos, dos
quais a região se orgulha, também camuflaram fraquezas
estruturais significativas. Graças ao seu sucesso
na integração na economia mundial e em mercados
financeiros internacionais, a região tornou-se
demasiado dependente dos capitais externos e dos
movimentos de capitais externos. O crescimento rápido
aumentou as receitas públicas, e isto permitiu
uma consolidação fiscal, mas também adiou reformas
necessárias e até aumentos insustentáveis nos
salários e transferências. Quando a recessão atingiu
a região, a posição fiscal da maioria dos países dete-
Muro de Berlim
foi o exemplo de
um fim anunciado
O Fim do Mundo
riorou-se rapidamente, apresentando realidades que
precisavam de ajustes drásticos. Como resultado da
recessão e das restrições fiscais, cerca de 40 milhões
de pessoas encontram-se agora na pobreza e muitas
mais estão vulneráveis.