Estudo Accenture – Executivas procuram mais desafios

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Quase metade das executivas em todo o mundo – e um número similar dos seus homólogos masculinos – acredita que é insuficientemente desafiado a nível profissional, apesar de confiantes das suas competências e capacidades, de acordo como um novo estudo da Accenture, empresa global de consultoria de gestão, tecnologia e outsourcing.

O inquérito realizado a 3 600 profissionais de médias e grandes empresas em 18 países da Europa, Ásia, América do Norte, América do Sul e África concluiu que 46% de mulheres e 49% dos homens afirmaram não estar a ser suficientemente desafiados nos seus cargos actuais, no entanto, mais de três quartos (76%) dos inquiridos está confiante das suas competências e capacidades. Estas competências incluem a capacidade de gerir a sua carga de trabalho e prazos a cumprir, delegar tarefas e negociar (referido por 70%, 68% e 65% dos inquiridos, respectivamente).

A pesquisa concluiu também que aproximadamente seis em cada 10 mulheres (59%) acreditam que as suas carreiras são bem-sucedidas ou muito bem-sucedidas. Adicionalmente, quase metade (46%) das mulheres que se consideram muito bem-sucedidas referiu estar em empregos que lhes exigem alagar as suas responsabilidades para além das expectáveis.

Contudo, estas profissionais estão cada vez mais a desafiar os seus limites: mais de 8 em cada 10 mulheres (81%) que se consideram “muito bem-sucedidas” afirmaram assumir responsabilidades adicionais de forma a progredirem com as suas carreiras, e três quartos (75%) referiu que sai, regularmente, da sua zona de conforto. Estão também a aprender novas competências que as ajudam a evoluir para o próximo nível, estando dispostas a considerar um novo cargo ou função, a viajar globalmente em trabalho ou a fortalecer relacionamentos profissionais, solicitando regularmente novos desafios (referidos por 78%, 76%, 68% e 65%, respectivamente).

“Este potencial por explorar lança uma forte promessa para as empresas, que devem envolver os seus colaboradores e criar indivíduos com fortes competências e capacidades,” afirmou Armelle Carminatti, responsável global da área de Human Capital & Diversity na Accenture. “Através de uma aproximação ágil e inovadora à formação e desenvolvimento, as empresas podem ajudar a assegurar o seu sucesso, particularmente neste ambiente de constrangimento económico.”

A tecnologia pode ser um factor facilitador de sucesso: os inquiridos que se descreveram como “muito bem sucedidos” têm significativamente uma maior probabilidade que os seus homólogos de se apoiarem na tecnologia. Mais de três quartos (79%) dos inquiridos que se identificaram como “muito bem-sucedidos” afirmaram apoiar-se na tecnologia, comparado com apenas 56% dos inquiridos que não se identificavam como “muito bem sucedidos”. Em geral, os homens têm mais propensão que as mulheres de se identificarem como “inovadores” ou “early adopters” de tecnologia (70% contra 58%, respectivamente).

Para as mulheres, um recurso altamente elogiado, mas largamente inexplorado, são os programas de aconselhamento / orientação. Quando inquiridas sobre a quem se dirigem para aconselhamento das suas carreiras, apenas 14% das mulheres citaram um mentor formal no emprego, comparado com mais de 50% das mulheres que referiram a sua família, amigos e antigos ou actuais colegas (citados por 57%, 51% e 50%, respectivamente). No entanto, as mulheres reconhecem o valor de um mentor: referem que os seus mentores as ajudam a pensar de uma forma diferente sobre certas situações, auxiliando-as nos seus cargos actuais e ajudando-as a ter em conta um maior número de oportunidades e possibilidades (mencionadas por 43%, 41% e 37%, respectivamente). Também reconheceram outros benefícios relativos aos mentores, incluindo a ajuda na identificação das suas competências e capacidades, para o aumento da sua confiança e encorajamento para ir mais longe (indicado por 34%, 34% e 32%, respectivamente).

“As empresas que querem desenvolver e fazer progredir todos os seus colaboradores vão examinar, regularmente, os objectivos e resultados dos seus programas, incluindo os esforços relativos ao aconselhamento/ orientação,” afirma Adrian Lajtha, Chief leadership officer da Accenture. “As empresas visionárias sabem que promover carreiras – particularmente no caso das mulheres – não consiste apenas em abrir portas, mas também em colocar aos colaboradores desafios e melhorar as suas competências para que possam ter um desempenho ao mais alto nível.”

Entre as conclusões-chave do estudo:

  • O panorama económico actual levou alguns inquiridos – particularmente aqueles oriundos de mercados emergentes – a expandir as suas responsabilidades e a estender os seus papéis de forma a permanecerem competitivos. Por exemplo, a maioria dos inquiridos no Brasil, China e Índia (86%, 79% e 70%, respectivamente) afirmou tê-lo feito, comparado com apenas 22% dos inquiridos na Holanda e 35% tanto na Áustria como na Noruega. Uma excepção entre as economias mais desenvolvidas é a Itália, onde 74% dos inquiridos revelou ter alargado as suas responsabilidades e papéis para permanecer competitivo.
  • Em vários países – Estados Unidos, Espanha, Rússia, Reino Unido e Áustria – as mulheres têm uma maior probabilidade que os homens de referir que solicita frequentemente aos seus superiores novos desafios. A disparidade foi maior nos Estados Unidos (70% de mulheres contra 48%dos homens) e na Rússia (57%das mulheres contra 44% dos homens).
  • Em geral os homens tinham uma maior probabilidade do que as mulheres de afirmar ter requerido aumentos de ordenado (56% contra 48%) e promoções (42% contra 37%).
  • O estatuto geracional não parece determinar um optimismo em relação a perspectivas futuras de trabalho. No clima económico em que vivemos, 50% dos inquiridos Baby Boomer (aqueles nascidos antes de 1964) sentem-se seguros sobre as perspectivas futuras da sua carreira, comparado com 45% dos inquiridos da Geração X (aqueles nascidos entre 1965 e 1978) e 48% dos inquiridos da Geração Y (aqueles nascidos depois de 1979).
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