Carta de condução de relações
Quando entramos num avião, não
passa pela cabeça de ninguém
dirigir-se antes de mais ao cockpit
para abordar o comandante
e pedir-lhe: mostre-me o seu
brevet, preciso de ter a certeza que
tem as habilitações necessárias
para dirigir este aparelho
Se tivermos uma doença que necessite de cirurgia
– e vou escolher uma menos grave para
não perturbar ninguém – por exemplo: cataratas,
e um amigo nos disser: “não te preocupes,
eu opero-te com a faca da cozinha, que
está bem afiada”, só alguém totalmente fora
da razão ou sob influência de uma dose massiva de alucinogénios
pode achar isso uma boa ideia.
Porquê? Porque todos sabemos que há tarefas, ocupações
ou actividades que não podem ser realizadas sem a
qualificação necessária. Como têm um impacto elevado na
vida das pessoas, ou mesmo na sua sobrevivência, exigimos
que quem as realiza seja certificado através de um programa
específico que as garanta. E sabemos que isso acontece
com pilotos de aviação comercial e com cirurgiões, com
arquitectos e com mecânicos. Todas as profissões que têm
impacto na vida das pessoas exigem uma formação de base.
E o que dizer acerca da gestão de pessoas? Será que
a forma como as pessoas são geridas influencia a sua
vida? Os estudos apontam que sim.