O poder político dos meios de comunicação sociais

o_poder_meios_comununicacao_social_As ferramentas dos meios de comunicação sociais não substituem as acções do mundo real, mas são uma forma de as coordenar.

Um domínio público que se vem desenvolvendo lentamente, onde a opinião pública depende dos meios de comunicação e das conversas, é o centro do ponto de vista ambiental da liberdade na Internet. Em oposição ao ponto de vista exagerado de que o Ocidente possui a chave para a democracia (e se esta fosse mais acessível, os restantes estados autocráticos cairiam), o ponto de vista ambiental assume que são poucas as alterações políticas que acontecem sem a disseminação e adopção de ideias e opiniões no domínio público. O acesso à informação é muito menos importante, politicamente, do que o acesso ao debate. Além disso, o domínio público tem mais probabilidades de surgir numa sociedade como resultado da insatisfação das pessoas perante a economia ou as questões governamentais do dia-a-dia e não por se abraçar ideais políticos abstractos.

Para dar um exemplo contemporâneo, o governo chinês actual está mais em perigo de ser forçado a adoptar normas democráticas pelos membros da classe média da maioria étnica Han que exigem menos governos locais corruptos do que pelos Uighurs ou Tibetanos que exigem autónoma. Similarmente, a Campanha de Um Milhão de Assinaturas, um movimento de direitos pelas mulheres que se concentra na anulação das leis prejudiciais para as mulheres, tem tido mais sucesso a liberalizar o comportamento do governo iraniano do que o MovimentoVerde, mais agressivo.

Para os observadores mais optimistas de manifestações públicas, este facto não convence, mas os trabalhos empíricos e teóricos sugerem que os protestos, quando eficazes, são o fim de um longo processo e não um substituto do mesmo. Qualquer compromisso real feito pelos EUA para melhorar a liberdade na Internet a nível mundial deve concentrar-se nesse processo – que só pode ocorrer quando existe um forte domínio público.

PARA LER O ARTIGO NA ÍNTEGRA COSNULTAR EDIÇÃO IMPRESSA Nº60

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