O Lado negro
empresa de vanguarda poderia
parecer uma caricatura de um
super-herói de um livro de banda
desenhada norte-americano.
Pessoas em apuros olham para o céu e exclamam ao
ver o seu salvador a aproximar-se: «É uma pássaro!
É um avião! Não, é a Superempresa!» Existe um tsu-
nami na Ásia? Um furacão no estado norte-ameri-
cano do Louisiana? Uma necessidade de água potá-
vel? Problemas de saúde pública no Quénia?
A Superempresa vai em salvamento! A Superem-
presa pode galgar altas fronteiras entre países com
um único salto. A Superempresa tem visão raio-X
para ver tendências futuras. A Superempresa pos-
sui uma única vulnerabilidade que é a kryptonite
política. A Superempresa tem a força para salvar Metrópolis do malvado
Enroniano ou salvar os detentores de uma hipoteca dos perigos do Gang
dos Derivados Financeiros. A Superempresa consegue sempre o parceiro
de fusão pretendido…
Caricaturar as empresas de vanguarda pode levar a con-
clusões erradas. As empresas de vanguarda não são nem
heróicas, nem invulneráveis. Enquanto empresas individu-
ais, assim como um modelo colectivo para negócios, estão
expostas a um ataque. As mais visíveis são as mais vulneráveis.
O modelo de vanguarda provou ser bom para as em-
presas que estudei, mas até onde o podemos levar? A
globalização, que as empresas de vanguarda adoptam
e dominam com entusiasmo, vem acompanhada por
muitos burburinhos de descontentamento. Durante a
minha investigação, também fiz uma pausa para exa-
minar argumentos antiglobalização, análises académi-
cas e as perspectivas de críticos eminentes (que não são
ideólogos), analisando cuidadosamente e responden-
do a cada crítica.