O futuro dos dispositivos móveis

Por Manuel Falcão, director-geral da Nova Expressão – Planeamento de Media e Publicidade

Longe vai o tempo em que, como rezava o slogan da Nokia, o objectivo era “connecting people”. Com o advento dos smartphones, passou a ser possível ligar tudo, para além das pessoas – os smartphones servem não apenas para ligar pessoas, mas também para ligar objectos e coisas ou, claro, proporcionar informações constantes, por exemplo na área da monitorização de indicadores de saúde ou no controlo de veículos.

No recente Mobile World Congress, realizado no passado mês de Fevereiro em Barcelona, o ponto principal em análise foi a entrada em actividade das mais recentes redes 5G. Estas novas redes permitirão uma ligação mais fácil, a capacidade de conectar entre si mais dispositivos, abrindo novas possibilidades à Internet das Coisas e à funcionalidade de casas inteligentes. E, claro, sobretudo a funções que necessitam de grande capacidade de transporte rápido de dados, como a Realidade Virtual. Ainda falta tempo para estar vulgarizada em todo o mundo mas, na realidade, a rede 5G começa a dar os seus pimeiros passos.

Um dos pontos mais relevantes da IoT – The Internet Of Things (ou A Internet das Coisas) – é o impacto que vai ter em relação a máquinas e dispositivos que fazem parte do nosso dia-a-dia, desde frigoríficos até automóveis ou outra maquinaria para diversos fins. A mobilidade é um ponto essencial nas aplicações futuras de IoT – nisso, todos estão de acordo. Se conjugarmos isto com os avanços na área da Inteligência Artificial, a revolução móvel será total. Já existem smartphones, como o Mate 10 da Huwaei com o chip Kirin 970, que são capazes de identificar e reconhecer um objecto quando ele surge na câmara fotográfica do aparelho, assim como prever as acções futuras do utilizador com base nas suas decisões anteriores.

A robótica e a Inteligência Artificial estão a dar os primeiros passos fora dos laboratórios, mas o seu desenvolvimento é incontornável. Um dos pontos que falta desenvolver é a capacidade, acessibilidade e utilidade prática da Realidade Virtual, sobretudo quando conjugada com Inteligência Artificial e a Internet das Coisas. Esse deverá ser o próximo desafio – a Porsche já está a desenvolver um sistema de Realidade Virtual que possibilitará a potenciais compradores sentir o que é estar dentro de um dos seus modelos e sentir como ele se comporta em« estrada, em várias situações.

Como sabemos, o futuro está sempre mais próximo do que aquilo que pensamos.

AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DAS REDES SOCIAIS EM 2018

Um inquérito recente entre os principais responsáveis de marketing dos EUA estabeleceu 10 mandamentos. A maioria prende-se com a necessidade de melhorar o conteúdo, estabelecer ligações mais frequentes e aumentar a confiança.

Ora veja: 1) Mais vídeos curtos e emocionais no Instagram; 2) Desenvolvimento do marketing de influência; 3) Resposta rápida a posts de utilizadores; 4) Aumento da qualidade dos conteúdos sem aumentar a dimensão; 5) Melhoria na selecção e diversidade de conteúdos; 6) Aumento do live streaming das marcas; 7) Aumento da eficácia de conteúdos de utilizadores; 8) Aumento da influência do Snapchat nos consumidores abaixo dos 17 anos; 9) Importância dada pelas marcas e os media à protecção de dados; 10) Ser cada vez mais realista e honesto para com os consumidores.

COMO VÃO SER OS OUTDOORS?

Imagine-se num centro comercial com diversas posições de publicidade em grandes ecrãs de vídeo. Estão ligados a computadores e têm sensores que permitem detectar o que se está a passar nos smartphones que estão próximos de cada ecrã. De repente o sistema detecta que está a começar uma concentração de adolescentes num dos pontos do centro.

Os ecrãs ali colocados, que estavam a anunciar roupa para mulher ou utensílios domésticos, mudam para roupa desportiva e acessórios que estão à venda em determinada loja do centro, com a indicação da sua localização. Parece ficção científica, mas não é bem o caso.

Os novos sistemas de publicidade exterior digital caminham no sentido da análise de dados e na integração com a publicidade em dispositivos móveis. Esta utilização inteligente de dados permite impactar os consumidores sem ser muito intrusiva e estabelecer os melhores pontos de contacto de acordo com os seus interesses.

A publicidade exterior está a posicionar-se na vanguarda da tecnologia graças à utilização inteligente de dados recolhidos de dispositivos móveis. E isto ainda é só o princípio…

Este artigo foi publicado na edição de Março de 2018 da revista Executive Digest.

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