Gillette cria lâmina benevolente
«Não é uma lâmina nova», afirma Matt Hodgson, responsável pelo design da Gillette. «É uma forma totalmente nova de barbear.» A olhar para um target mais sénior.
Por Elizabeth Segran, colaboradora da Fast Company
A pensar nos séniores e nos consumidores com mobilidade mais reduzida, a Gillette desenvolveu uma lâmina que vem romper com padrões e modelos. Não só o formato é especial como vem já com um tubo de gel para facilitar a utilização. Até à data, estão a teste mais de 60 mil, entre os EUA e o Reino Unido. Mas a marca quer ir mais longe e apresentá-la a nível mundial.
O produto
A Gillette desenha lâminas desde 1900, mas no ano passado a empresa começou a testar a sua primeira lâmina assistida, criada para os cuidadores de idosos ou incapacitados. É «uma parte considerável da dignidade dos homens», afirma Matt Hodgson, responsável da engenharia de design da marca. Para os não barbeiros, fazer a barba a outra pessoa apresenta desafios únicos. Como a maior parte do barbear assistido ocorre fora da casa-de-banho, Matt Hodgson e a sua equipa criaram um suporte para a lâmina com um tubo incutido que liberta um gel aquoso. A equipa deu à lâmina um formato especial que reduz o entupimento (criado originalmente para o mercado indiano, onde os homens têm tendência para se barbearem menos e usar menos água) e ajustou o ângulo entre a lâmina e o cabo para que os cuidadores possam pegar na lâmina como se fosse um pincel.
O processo
Matt Hodgson e a sua equipa de desenvolvimento no Reino Unido visitaram um lar local e falaram com os cuidadores, que testaram cinco protótipos diferentes ao longo de três meses até Matt Hodgson e a sua equipa chegarem à versão final, com o cabo com tubo e a lâmina reorientada. A equipa enviou depois 62 mil lâminas a 21 mil indivíduos e dezenas de estabelecimentos de cuidados nos EUA e no Reino Unido a pedir feedback. Agora, a Gillette está a avaliar a possibilidade de um lançamento global. «Isto não é apenas uma lâmina nova», afirma Matt Hodgson. «É uma forma totalmente nova de barbear.»
Este artigo foi publicado na edição de Outubro de 2018 da Executive Digest.