Chegou (mesmo) a hora da Bitcoin?

A 1 de Agosto, a Bitcoin decidiu uma cisão e cada unidade da moeda digital foi dividida em duas. O efeito imediato foi uma valorização de 10% no seu valor face ao dólar e um novo impulso altista nas cotações que, em menos de três semanas, subiu dos 2.700 dólares para os 4.300 dólares por unidade. Pro memoria, registe-se que, em 2009, há oito anos atrás, quando foi criada por Satoshi Nakamoto (pseudónimo do programador ou do grupo de programadores que a inventaram), o valor da Bitcoin em dólares era… zero.
Desde o início do ano, o valor em dólares da Bitcoin quintuplicou e parece que a tendência é para continuar. Para os defensores da moeda virtual, a valorização justifica-se pela nova versão de software, denominada SegWit2x, que aumentou a velocidade das transacções e pela chegada de novos investidores, atraídos pelas altas rentabilidades. Ora se o número de Bitcoins em circulação está sempre limitado a 21 milhões de unidades, basta recordar a lei da oferta e da procura para justificar a alta da cotação. Além disso, parece agora inegável que as criptomoedas vão mesmo ter importância no futuro e que, entre elas, a Bitcoin é não só a mais popular, mas também a que movimenta mais valor.
E o facto é que a Bitcoin está cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas, como se de uma moeda real se tratasse. Em 22 de Maio de 2010, foi pela primeira vez usada para pagar uma compra, nos EUA. No caso, duas saborosas pizzas.
Hoje, além de ser aceite como um meio de pagamento por cada vez maior número de empresas e países, a Bitcoin já pode ser comprada e vendida em máquinas ATM próprias, pagar rendas de habitação aos senhorios britânicos, ou as compras em mais de 260 mil lojas do Japão.
Mas o certo é que o valor da Bitcoin está ainda muito volátil. Na primeira semana de Agosto, o anúncio, pelo banco central da China, de que as ofertas iniciais de moe-
das (ICO) são ilegais, gerou uma queda generalizada do valor das principais criptomoedas, na ordem dos 20%, num único dia.

Artigo publicado na revista Risco n.º 6 de Outono de 2017.

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