Web Summit: Walmart à procura da sustentabilidade

A sustentabilidade e consciência ambiental passou a ser um dos principais focos da Walmart em 2005. Na altura, a retalhista norte-americana traçou o objectivo de se tornar 100% sustentável e, actualmente, 26% da energia utilizada já advém de origem solar e eólica, ambicionando alcançar os 50% em 2025.

«Em 2005, tomámos consciência de vários impactos negativos no nosso negócio. Apercebemo-nos de que tínhamos de reduzir as emissões de CO2 e tornar o negócio sustentável, reduzir os desperdícios e, consequentemente, os custos», refere Kathleen MacLaughlin, Chief Sustainability Officer (CSO) da Walmart, à conversa com Mark Phillips, correspondente da CBS News, no Web Summit.

A CSO vinca que já foram reduzidas 20 milhões de toneladas métricas poluentes do negócio e continuam a ser desenvolvidos esforços para elevar esse número para uma gigatonelada (mil milhões de toneladas métricas). «Temos uma fábrica na China que mereceu um avultado investimento mas, desde então, já conseguiu reduzir o consumo energético em 15%», exemplifica a responsável.

Kathleen MacLaughlin destaca ainda que desde que esta estratégia em prol da sustentabilidade foi colocada em prática, a Walmart já conseguir reduzir o desperdício de recursos em 77%. «Percebemos que há pessoas que compram os nossos desperdícios, sendo possível voltar a introduzi-los na cadeia de consumo», explica.

A redução de químicos nocivos em produtos como detergentes, que impactam negativamente o meio ambiente, tem sido outra das prioridades. Porém, Mark Phillips questionou que este processo obriga a um maior investimento financeiro. «Mas esse investimento permitirá desenvolver e obter outras soluções, porventura mais baratas, pelo que, a médio-prazo, permitirá reduzir os custos.

Mas Kathleen MacLaughlin vinca que este não pode ser um trajecto a solo, sendo necessário o envolvimento de todos os intervenientes e parceiros de negócio. «E isto pode deixar alguns investidores descontentes pois, numa primeira fase, obrigará a um maior investimento, mas compensará num futuro próximo, com a redução de custos. E já se começa a verificar uma maior predisposição para enveredar por esta estratégia», refere.

Por último, perante a decisão dos Estados Unidos da América de abandonarem o Acordo de Paris, a fim de reduzir as emissões de dióxido de carbono, a CSO da Walmart esclarece que o rumo da empresa já está traçado. «Somos parte de um movimento maior, pelo que vamos manter as nossas convicções e daremos continuidade à estratégia em vigor», finaliza.

Texto de Rafael Paiva Reis

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