V Barómetro Executive Digest – Alberto Rui Pereira

As reformas na educação, na saúde ou na justiça foram avaliadas pelo painel que responde a este Barómetro Executive Digest. Em praticamente todas há consenso: Portugal tem que se adaptar rapidamente para responder a mudanças que são globais.

Por Alberto Rui Pereira, CEO do IPG Mediabrands

Educação é um dos pilares mais relevantes da nossa sociedade e desenvolvimento. Quanto mais evoluirmos em educação e conhecimento, mais nos desenvolvemos e enriquecemos, quer do ponto de vista da sociedade civil, quer do ponto de vista económico e este será tanto maior e melhor do ponto de vista do volume, de valor, da diferenciação e da inovação. Quanto maior for o conhecimento e educação de gestores e colaboradores do nosso tecido empresarial, mais as nossas empresas e organizações se tornarão diferenciadoras. A proximidade e interligação das nossas escolas, sua organização e conteúdos ministrados é crítico. Hoje, as escolas e o ensino estão longe da sociedade e do mundo empresarial e os conteúdos estão longe das necessidades da nossa economia e organizações.

O GAP é real e relevante e urge tomar medidas para o reduzir. Esse GAP é agravado pela evolução exponencial da tecnologia e pelo impacto que está a ter nas organizações, nos modelos de negócio e nos RH (novas funções e competências). A nossa educação não responde de todo à revolução tecnológica e a todo um mundo de novas profissões e competências criadas no novo mundo digital. Têm sido as organizações a suprir esse GAP através de uma forte aposta na formação e aprendizagem mas isso não tem conseguido evitar que exista um GAP relevante entre a oferta e procura nestas novas profissões, em que as organizações se vêem confrontadas com a necessidade de recrutar determinadas competências não havendo disponibilidade das mesmas no mercado de trabalho. Essa situação não deixa de ser uma limitação e entropia para muitas organizações. As nossas universidades libertam muita qualificação que não tem procura nem futuro, ao mesmo tempo que não cobre nem responde a novas áreas de competência. Cabe ao Estado suprir esse Gap, apostar na colaboração e em conteúdos. Esta questão é hoje uma prioridade em termos de futuro.

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