Salão automóvel anima Detroit

O Salão Internacional do Automóvel de Detroit (EUA), um dos mais importantes eventos do sector automobilístico, abriu as portas para a imprensa tentando demonstrar alguma força após um dos piores anos da história da indústria mundial. Em Janeiro do ano passado, auge da crise financeira global, com duas das suas grandes construtoras (GM e Chrysler) a lutar para sobreviver após receberem socorro financeiro do governo americano, a cidade símbolo do automóvel sediou um evento sombrio. Este ano, com sinais de recuperação do mercado, ainda que tímidos, a expectativa é de um salão mais optimista.

“Após o choque do ano passado, a tendência é de que o mercado dos Estados Unidos mostre recuperação gradual. Com isso, as empresas vão recuperar o terreno perdido”, avalia o consultor André Beer, da André Beer Consult & Associados. Com a crise do ano passado, as vendas de veículos nos EUA caíram 21% em relação a 2008, o menor nível desde 1982. Os resultados de Dezembro, no entanto, sinalizaram que o pior pode ter passado. No último mês do ano passado, as vendas de veículos leves cresceram 15%.

Para o vice-presidente da consultoria Kaiser Associates, David Wong, o evento deste ano será crucial para as construtoras. “Os lançamentos ou modelos-conceito apresentados vão validar ou não as expectativas de melhoria na situação económica das empresas”, afirma. Segundo ele, no caso da GM, a participação no salão demonstrará os ânimos da companhia após o turbulento 2009.