Randstad Insight: A força de trabalho está a envelhecer?

As perspectivas para os colaboradores mais velhos diminuem, ao mesmo tempo que as lacunas nas capacidades aumentam.

Globalmente, o impacto de uma força de trabalho a envelhecer, o que resulta numa diminuição da população que trabalha, está a tornar-se cada vez mais evidente. Cinquenta e seis por cento dos inquiridos no último Workmonitor da Randstad concordam que reter os colaboradores mais antigos é crucial para o sucesso da empresa, enquanto 78% acreditam que atrair pessoas mais jovens é a chave. Isto é acompanhado da crença de que as perspectivas de trabalho para os mais jovens aumentarão nos próximos cinco anos, de acordo com 69% dos inquiridos globalmente, enquanto apenas 44% esperam isto para colaboradores com mais de 55 anos. Segundo os inquiridos, os seus empregadores parecem também focar-se mais em atrair os colaboradores mais jovens (64%) do que em atrair e reter os mais velhos (44%).

De acordo com uma publicação recente da Randstad, “Flexibility@work 2016, the Future of Work in the Digital Age”, existe uma enorme procura por aptidões da área STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), necessária para a sobrevivência no mundo digital e tecnológico. As empresas sentem este impacto: 60% dos inquiridos do Workmonitor da Randstad apontaram que este problema é real para os seus empregadores e 54% vêem o colmatar de lacunas nas capacidades como a sua prioridade número um na empresa. Os colaboradores mais velhos carregam o estigma de terem mais dificuldade a adquirir novas aptidões, algo com que 68% dos inquiridos concordam. No geral, 62% dos inquiridos são da opinião de que as lacunas nas aptidões se encontram maioritariamente ao nível das áreas STEM.

Para alterar a posição dos colaboradores mais velhos no mercado laboral, a Randstad Netherlands lançou recentemente o seu programa nacional +POWER. Com este programa, a Randstad oferece a este talentoso grupo de pessoas uma plataforma ao remover preconceitos existentes, enfatizar as vantagens dos colaboradores com mais de 50 anos e facilitar-lhes a procura de emprego.

Itens trimestrais recorrentes 

Índice de Mobilidade estável nos 109

Mais uma vez, pelo terceiro trimestre seguido, o número de colaboradores que espera encontrar outro emprego nos próximos seis meses permaneceu estável nos 109. Analisando mais a fundo, a mobilidade aumentou em alguns países, em comparação com o último trimestre, como EUA, Nova Zelândia, Japão, Dinamarca e Polónia (todos +4), Itália (+6) e Portugal (+9). A razão para esta subida na Itália deve-se a uma certa recuperação económica e flexibilidade no respectivo mercado como consequência de reformas laborais.

〈Em comparação com o último trimestre, a satisfação no emprego diminuiu em países como Argentina, Áustria, Dinamarca, Alemanha, Grécia e Portugal〉

 simbolo randastad +POWER
Para alterar a posição dos colaboradores mais velhos no mercado laboral, a Randstad Netherlands lançou recentemente o seu programa nacional +POWER

Em Portugal a recuperação económica é vista como um impulso à mobilidade.

Por seu lado, a mobilidade diminuiu no Chile (-6), México, Brasil e Reino Unido (-5) e no Canadá (-4).

Mudança de emprego muda 1%, sobe para os 24%

Vinte e quatro por cento dos colaboradores mudaram de emprego nos últimos seis meses; mais uma vez um pouco mais alto do que no trimestre anterior (23%).

A mudança de emprego teve o seu maior aumento na Índia (49%) e na Malásia (43%). Já no que diz respeito a países como Brasil, Eslováquia, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia, Noruega e Suíça, a mudança de emprego diminuiu em comparação com o último trimestre.

Pelo terceiro trimestre seguido, o Luxemburgo tem a percentagem mais baixa na mudança de emprego (5%).

Que Vontade de mudar de emprego 

Em comparação com o último trimestre, a vontade de mudar de emprego aumentou na China, Grécia, Hong Kong, Luxemburgo, Malásia, México, Nova Zelândia e Eslováquia. Austrália, Brasil, Dinamarca, Polónia, Portugal, Singapura e Holanda mostraram uma diminuição na vontade de mudar de emprego em comparação com o último trimestre.

Satisfação é alta na Índia e México

Em comparação com o último trimestre, a satisfação no emprego diminuiu em países como Argentina, Áustria, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Hungria, Japão, Portugal, Espanha e Suíça.

De sublinhar que não existem alterações positivas no que diz respeito a satisfação laboral em comparação com o último trimestre.

O WORKMONITOR DA RANDSTAD

O Workmonitor da Randstad foi lançado na Holanda em 2003, depois na Alemanha, e agora cobre 34 países
de todo o mundo.

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O último país a juntar-se foi Portugal, em 2014. O estudo engloba Europa, Ásia-Pacífico e América. É publicado quatro vezes por ano, tornando as tendências locais e globais na mobilidade visíveis ao longo ao tempo.

O Índice de Mobilidade do Workmonitor, que analisa a confiança dos colaboradores e mostra a probabilidade de mudança de emprego nos seis meses seguintes, oferece uma noção abrangente de sentimentos e tendências no mercado laboral. Para além da mobilidade, o inquérito aborda a satisfação dos colaboradores e a motivação pessoal, além de um conjunto diferente de questões temáticas.

O estudo é feito online a colaboradores entre os 18 e os 65 anos de idade, que trabalham no mínimo 24 horas por semanas num emprego pago. A amostra mínima é de 400 entrevistados por país. O painel Survey Sampling International é usado para amostra. O relatório sobre o início de 2016 foi levado a cabo entre 22 de Abril e 9 de Maio de 2016.

Estudo publicado na edição n.º 124, de Julho de 2016, na revista Executive Digest.

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