Portugueses (ainda) usam pouco a Internet para comprar tecnologia

No mercado português, o canal online representou apenas 4,2% do total das vendas (em valor) de electrodomésticos e produtos tecnológicos em 2015, pese embora represente um ligeiro aumento em relação aos 3,6% que este canal tinha registado em 2014. Os números foram divulgados hoje pela empresa de estudos de mercado GfK e revelam que os portugueses estão ainda muito atrás de outros consumidores europeus no que toca ao uso da Internet para a compra deste tipo de produtos.

Holanda (28,4%), Alemanha (26,8%) e Grã-Bretanha (26,5%) são os três mercados europeus analisados pela GfK onde o canal online teve, no ano passado, um maior peso sobre o volume de vendas de produtos tecnológicos para o lar. Portugal está na cauda desta lista, imediatamente precedido pela Espanha (12,1%), Bélgica (10,3%) e Itália (8,3%).

Os dados foram apresentados esta manhã no Museu do Oriente, em Lisboa, onde decorreu a 20.ª Conferência da GfK dedicada ao tema “Influência da Tecnologia nos Novos Hábitos de Consumo”.

Em Portugal, os smartphones são os produtos mais requisitados pela via online, representando 18,9% do total das vendas (em valor). Seguem-se os computadores portáteis (17,2%), as televisões (13,9%), os tablets (6,2%), as câmaras digitais (5,8%) e os aspiradores (4,3%).

Para além de utilizarem pouco a Internet para adquirir produtos tecnológicos, quando o fazem, os consumidores portugueses elegem o Multibanco (78%) como meio preferencial para finalizar a transacção. De acordo com a GfK, este dado revela a insegurança que os portugueses sentem em colocarem os seus dados pessoais na Internet. Por outro lado, noutros países europeus, os meios de pagamento online, como o Paypal, estão bem mais disseminados.

Os dados da GfK revelam ainda que em 2015 praticou-se em Portugal, de longe, o maior número de campanhas promocionais no sector tecnológico dos últimos cinco anos, com especial destaque para a “Black Friday”. Não obstante, o mercado de produtos tecnológicos sofreu uma quebra homóloga de 1%, para cerca de 2,4 mil milhões de euros em facturação, o que ficou em parte a dever-se à quebra acentuada do último trimestre do ano. A categoria de fotografia (-20,2%) foi a mais penalizada, enquanto os electrodomésticos (grandes e pequenos) e as telecomunicações mostraram uma variação positiva.

Texto de Daniel Almeida

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