Por uma visão não maniqueísta

produtividade_1_O conceito de produtividade tem várias definições. Samuelson e Nordhaus definem produtividade como: “Um termo que se refere ao rácio de outputs e inputs. O valor do output total dividido pelos inputs do factor trabalho, dá-nos a produtividade média do trabalho. A produtividade aumenta se a mesma quantidade de inputs gerar maiores níveis de outputs. produtividade do trabalho aumenta com melhorias na tecnologia e nas competências do trabalhador” (Samuelson e Nordhaus, 1999). Produtivo também é: “Produção de bens que têm valor económico” (Webster’s Dictionary, Canadian Edition) Educação formal baixa, e quando existente inadequada, baixo nível de formação laboral específica, inflexibilidade na reconversão das competências, quando os requisitos de mercado mudam, e a dificuldade de leitura e interpretação dos novos sinais da economia contribuem para as estatísticas desfavoráveis à produtividade do trabalhador português. A relutância à adopção de novas tecnologias, e a dificuldade de incorporação destas na actividade económica, acrescida de uma enraizada cultura de direitos, sem contrapartidas proporcionais do lado dos deveres, constituem factores genéricos contributivos para uma menor produtividade dos indivíduos em Portugal. Quando mais do que um desses factores confluem num sector, ou num cluster integrado de sectores, estão criadas as condições para uma combinação menos eficiente dos factores de produção.

Creio no entanto, que a razão pela qual os trabalhadores portugueses são mais produtivos no estrangeiro, em condições equivalentes de formação académica e técnica, é que a menor produtividade do trabalho em Portugal estará menos relacionada com os trabalhadores do que se possa pensar. A diferença estará nos trabalhadores como estará também nos empresários e nos gestores, e na multiplicidade de aspectos que estão subjacentes à organização do trabalho. É aqui que em minha opinião radica a diferença substancial de produtividade entre os trabalhadores portugueses e os seus congéneres europeus.

Historicamente, a débil formação dos empresários portugueses, nomeadamente em áreas fundamentais como a liderança e a visão estratégica, a ausência de perspectiva de longo prazo e a insularidade psicológica contribuem decisivamente para menores índices de produtividade do trabalho em Portugal.

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