O presidente Inacreditável

joaoduque1-5cd9Em entrevista à Executive Digest, João Duque, Professor catedrático e presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão, revela que quer tornar o ISEG uma escola diferente e competitiva.

Um breve olhar sobre a escola, os alunos e os professores

 

Quando se analisa o perfil dos alunos, nesta escola como noutras, uma das características que salta à vista é a capacidade que têm em exigir cursos à medida, bem estruturados. O aluno é um elemento exigente, actualmente?

É muito exigente, por vezes até um bocadinho exagerado. O direito a reclamar, a exigir bons cursos, bons programas, é inquestionável e essa postura só ajuda a que tudo funcione melhor. Porém, perdeu-se a noção de hierarquia e reclama-se e protesta-se por tudo e por nada, quase sem critério.

O facto de existir muito mais concorrência é um factor que ajuda a essa postura?

Sem dúvida que sim. Hoje podemos comparar cursos, escolas, professores… tudo! E esse simples facto, o de ter acesso rápido a modelos de comparação, permite que as pessoas queiram adaptar para si qualquer tipo de curso.

Os cursos que o ISEG coloca no mercado são competitivos?

São competitivos, embora os produtos que temos devam estar mais bem orientados para o mercado. 

E não estão…?

Alguns estão, sim. Outros, nem por isso.

E porquê?

Essencialmente porque os vectores ciência e mercado nem sempre estão em harmonia. Ainda é muito difícil harmonizar estas duas competências.

Os professores não estão muito sensibilizados para promoverem as duas competências?

Digamos que ainda há muito para fazer nesse campo pois nem sempre os professores estão disponíveis para sair da área de conforto. Gradualmente, criamos as condições para que isso aconteça.

Que desafios é que colocou a si próprio quando se tornou num gestor da área da formação, aqui no ISEG?

Antes de mais, aceitei este desafio por julgar ter algumas competências que ajudem a transformar esta escola numa escola mais eficaz. Depois, porque tenho uma visão completamente diferente da anterior presidência sobre a forma de uma escola ser gerida. Aliás, devo dizer que não sei muito bem qual era a visão anterior sobre a escola pois não tenho referências, dados, estratégias aplicadas que sugiram que o caminho seguido tinha objectivos claros. Neste momento, temos um painel de objectivos a quatro anos, com métricas assumidas e claras. Queremos ser verdadeiramente competitivos e faremos tudo para o conseguir.

Como é vai comunicar que a escola está em mudança, mais competitiva, mais organizada?

Esta escola, actualmente, tem uma politica de comunicação baseada na diferença, uma vez que tem características clássicas e conservadoras com outras, modernas, actuais, de mercado.

Está a afirmar que esta é uma escola diferente?  

É uma escola diferente. E mais: se uma pessoa está a pensar vir para aqui e não pretende uma escola diferente, então o melhor é não vir. Aqui, existem pessoas muito diferentes, com culturas diferentes, com opiniões diferentes, posturas completamente diferentes e que ajudam a entender o mundo, a globalização, tal como ela é.

A comunicação também vai ser diferente?

Vai ser diferente e inovadora. Queremos comunicar com pessoas livres e queremos fazê-lo de forma livre.

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