O pós-troika!

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Ricardo Florêncio

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Março de 2014 da revista Executive Digest

Estamos a dois meses do fim do famoso memorando. Na altura em que escrevo este editorial, ainda não há decisão final sobre o modo como iremos sair do Programa de Assistência Financeira: se vai ser através de um programa cautelar, uma saída livre ou qualquer outra que venha a desenhar-se.

Contudo, e seja qual for o modo de saída, uma coisa é certa. Esta é uma fase crucial para Portugal e todos os nossos credores, investidores nacionais e, nesta fase mais importante, internacionais, estão muito atentos às mensagens e sinais que vamos transmitindo.

Deste modo, todas as intervenções, decisões, comunicações das principais forças e instituições têm de ter uma cautela acrescida.

Têm de ser passadas noções de confiança, para que credores e investidores tenham assegurado que vamos honrar os nossos compromissos. Estamos numa situação muito delicada, com elevada dependência dos mercados.

Pressupondo que as nossas principais forças políticas entendem a vulnerabilidade da situação, e agem de acordo com tal, importa assim analisar outras situações para o futuro.

Não podemos, não devemos, voltar a cair nesta situação.

Estaremos nós a dar os passos certos para a evitar? Estamos a envidar todos os esforços nesse sentido? Estamos cientes de que a saída da “troika” não significa parar com a reforma do Estado e o seu emagrecimento? Estamos todos convictos de que a saída da “troika” não acarreta voltar ao descontrolo das nossas contas públicas?

Espero bem que sim, que todos aqueles que têm este poder em Portugal, e assim também a responsabilidade, tenham ideias claras do que temos de continuar a fazer, para evitar outros memorandos e afins.

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