O Mundo está estranho…

Por Ricardo Florêncio

E NÓS EM PORTUGAL, NÃO ESTAMOS MUITO MELHORES…

Basta analisar o que se passou nos primeiros meses de 2017, para nos apercebermos que muito, quase nada, faz sentido. Por todo o lado, surgem notícias, acontecimentos, que nos levam a pensar o rumo que o Mundo levará nos próximos tempos. O caso do Brasil, que é um rodopio de “impeachment” em “impeachment”. De “impeachment” também se fala nos EUA, de onde todos os dias vamos recebendo notícias, declarações, nomeações, destituições, impensáveis há bem pouco tempo. Da Venezuela vão chegando imagens chocantes, de um país, dir-se-ia, quase à beira de uma guerra civil. Da península das Coreias e os seus vizinhos, com os EUA e a Rússia à mistura, fervilham de ameaças e demonstrações de força bélica. No mundo árabe, está tudo tão embrulhado, que aos olhos de um cidadão comum não se sabe o que é o quê. A Síria é o que é. Ou porventura, já não é nada, pois já não se percebe quem é quem. E bem mais perto de nós, o Brexit, o terrorismo, a questão dos refugiados e todas as mudanças que estão a ocorrer na Europa, só levantam interrogações. O Mundo está mesmo muito estranho. E nós? E Portugal? Pois, por aqui, as coisas também não estão muito diferentes. Da enormidade, da tragédia, que foram os fogos do mês de Junho, o que mais se ouve é o zurzir, a troca de acusações e a guerrilha mediática entre os diversos partidos políticos e intervenientes, como se isso fosse o mais importante. Há anos, décadas, que Portugal tem estes problemas de fogos e que se ouvem promessas de tentativa de evitar estas situações. Mas qual o resultado? Culpe-se o eucalipto, que de resto, ninguém tem responsabilidades nenhumas! Da questão de “Tancos”, resultou o habitual. Trocas de acusações, muitas suspeitas, muita fumaça e, no fim, ninguém percebeu nada! Também ninguém percebe muito bem o papel das inúmeras comissões de inquérito que vão sendo criadas pela Assembleia da República. O resultado é, mais ou menos, sempre o mesmo. Muita cobertura da comunicação social, muito circo mediático, muita algazarra, muitas acusações, bola para aqui, bola para ali, achincalham-se umas pessoas pelo meio, mas no fim, e espremendo… nada! E é assim que vamos vivendo. O Mundo, e Portugal, está mesmo muito estranho, e ninguém parece saber para que direcção vamos. E assim não vamos a lado nenhum!!!!!!

Editorial publicado na edição de Agosto de 2017 da revista Executive Digest

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