O ano 2018!!!

Por: Ricardo Florêncio
ricardo.florencio@multipublicacoes.pt

Para a grande generalidade dos portugueses, das empresas portuguesas, multinacionais presentes em Portugal, para Portugal, o ano de 2017 foi bom, ou mesmo muito bom.

O longo do ano tivemos uma evolução muito positiva em diversos índices e ratings, o que permitiu acabar o ano com resultados mesmo acima dos previstos.

Muitos sectores de actividade apresentaram resultados fantásticos, o consumo privado aumentou, as exportações dispararam, o investimento e interesse de multinacionais em Portugal intensificou-se, a melhoria do rating veio trazer taxas muito simpáticas, o que significa um aligeirar nos juros a pagar da dívida pública, e o turismo teve o desempenho que bem se conhece.

Para 2018, as expectativas gerais são também muito positivas. Há um clima de confiança e quase todos os sectores apresentam perspectivas positivas para este ano.

A viragem cada vez mais acentuada das nossas empresas para o mercado internacional, para as exportações, tem levado a que o mundo das oportunidades se tenha expandido. E quando o mercado é o mundo, mesmo que seja um nicho, é um nicho do mundo!!!

Contudo, existem vários sinais de alerta que nos obrigam a estar sempre atentos. Primeiro, note-se que estes resultados e as expectativas para 2018 são originadas, em grande parte, numa acentuada melhoria na economia mundial, e assim devido a factores externos. Segundo, o aumento das despesas correntes do Estado, e a não diminuição do peso do Estado na sociedade, não deixa de ser um factor negativo. Numa terceira vertente, os factores de incerteza apresentados na globalidade por empresários e gestores. A saber: a questão sempre presente e adiada da reforma da legislação laboral, a instabilidade fiscal e legislativa, que impede que haja uma visão clara e objectiva que permita um maior investimento nacional e estrangeiro em Portugal.

Por fim, uma nota, diria de incentivo. Conforme apresentado na 13ª Conferência da Executive Digest, no dia 6 de Dezembro, a economia portuguesa está a crescer, mas a um ritmo mais lento do que os restantes países europeus. Se em 2003 estávamos no 16º lugar no ranking do PIB per capita da UE, para 2018, e mantendo-se as perspectivas apresentadas, passaremos para o 21º lugar. Temos assim, e ainda, um longo caminho a percorrer.

Editorial publicado na revista Executive Digest n.º 142 de Janeiro de 2018

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