“Não vamos precisar de outro resgate”

Carlos Moedas“Nós não vamos precisar de outro resgate por causa de qualquer insuficiência na forma como este foi executado”, frisou Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro português.

Desde que a enorme crise grega foi “descoberta”, as comparações entre a Grécia e Portugal tornaram-se inevitáveis. Levantaram-se então várias que enfatizaram as diferenças entre ambos.

De tal modo que, de forma distinta à Grécia, Portugal tem sido elogiado por seguir fielmente o programa. Oficiais portugueses dizem que a ambiciosa agenda de “reformas estruturais”, como a facilitação de despedir e empregar trabalhadores, vai tornar a economia mais competitiva.

Mas por agora, lê-se hoje no Wall Street Journal (WSJ), o governo português insiste que são necessários  rápidos cortes no orçamento.

Todavia, se o programa de austeridade a Portugal falha, escreve o WSJ, irá dar mais razões aos que argumentam que o medicamento prescrito pela Europa prejudica o crescimento e, portanto, enfraquece a capacidade dos governos de assumirem encargos de dívida grandes.

O pacote de ajuda, negociado com os governos da zona euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em Maio de 2011, assume que Portugal será capaz de arrecadar 10 mil milhões em dívida a longo prazo por volta de Setembro de 2013. Um número que os economistas duvidam que possa atingir.

“Isto está obviamente fora de questão”, enfatizou Daniel Gros, director do Centro de Estudos de Política Europeia em Bruxelas.

Resolver os problemas da economia portuguesa vai ser mais difícil devido a uma similitude com a Grécia: a pequena quantidade de exportações de ambas as economias. As exportações perfazem apenas 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia e 35% do PIB português.

A Irlanda não tem sido um país comparável às economias da Grécia e de Portugal porque, apesar de um programa de austeridade difícil, é provável que tenha crescido no ano passado, de acordo com o WSJ.

Ao contrário da Grécia, a procura interna em Portugal foi ligeiramente melhor do que o esperado nos primeiros seis meses do programa de austeridade, mas a Comissão Europeia já baixou as projecções para a procura interna este ano e no próximo.

No final do terceiro trimestre a dívida grega equivalia a 159% do PIB, contra os 110% de Portugal.

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