Gran Cruz quer ser uma marca milionária

A Gran Cruz ambiciona para a sua marca de vinho do Porto, a Porto Cruz, a posição de marca milionária. E é para esse objectivo que tem, de facto, vindo a trabalhar  e a investir. Desde a adega até a um espaço de provas, na Ribeira. Ponto fundamental será a conquista e reforço de novos mercados externos, como Canadá e EUA

Texto de M.ª João Vieira Pinto

Em verdadeiro ritmo de contraciclo, a Gran Cruz – detida pela francesa La Martiniquaise – tem vindo a investir no vinho do Porto e no Douro: 20 milhões de euros na adega mais a compra na Quinta do Ventozelo, uma das maiores propriedades do Douro.  Jorge Alves Dias, director-geral, esteve à conversa com a Executive Digest.

 

Depois de ter comprado todos os stocks da Companhia Comercial de Vinho do Porto
(CCVP), em 2015, a Gran Cruz passou a dominar cerca de 30% do mercado global do vinho do Porto. O caminho, a prazo, poderá passar por novas aquisições e reforço da posição de liderança?

Não temos nada previsto, mas estamos atentos às oportunidades que possam aparecer, que em tempo analisaremos e avaliaremos do interesse.

No entanto, o aumento de quota de mercado da Gran Cruz foi mais em volume que em valor. Que trabalho será feito no sentido de conseguir um maior equilíbrio? 

A aquisição daqueles activos acrescentou de facto cerca de 4 milhões de garrafas de vendas de marcas dos distribuidores,
o que por si só não é de facto um negócio muito aliciante, mas em termos estratégico já o é. Por um lado, o volume, até um dado limiar, é um importante divisor de custos para qualquer empresa. Por outro lado, esta consolidação permitiu resolver um problema de que o sector no seu conjunto se vinha queixando há muitos anos. Em todo o caso, paralelamente a estes investimentos, estamos também a desenvolver produtos no segmento premium e ultra-premium, com séries limitadas, quer de vinhos do Porto, quer de Douro. Mas não nos iludamos. No actual contexto, não são os produtos premium por si só que contribuem para a sustentabilidade do Douro. Sem volume, o Douro tal como o conhecemos, dificilmente sobreviveria.

Este artigo foi publicado na edição de Outubro de 2017 da revista Executive Digest.

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