Europa e Rui Semedo

Ricardo Florêncio

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Agosto de 2015 da revista Executive Digest

A verdade é que a Europa não está a conseguir, como um todo, em conjunto, resolver as suas questões, os seus problemas. Não consegue, como um todo, resolver os problemas das economias continuamente deficitárias e altamente endividadas. E é normal que os países, cidadãos, contribuintes, desses países se questionem porque têm de se eles a pagar, investir, emprestar esses valores se a perspectiva de pay-back é, pelo menos, muito reduzida.

A Europa não se entende em relação à questão dos refugiados oriundos de África e do Médio-Oriente. O que não deixa de ser normal, pois muitos desses países têm já tantos problemas como pobreza, miséria, refugiados, emigração ilegal, que não conseguem debelar; aceitar mais refugiados só vem piorar a situação.
E países que ainda não viviam com preocupação latente essa situação, vêem-se agora a braços com problemas acrescidos. Não conseguem abordar, nem ter posição conjunta, sobre a questão do terrorismo. E se o espaço Schengen é uma óptima ideia para um mundo dito normal, é uma auto-estrada para a circulação de terroristas e de tudo o que é ilegal. E etc, etc, etc, ou seja, a Europa não está a ser Europa que se pensou, que se projectou, que se pensava que estava a ser construída. É outra Europa, com a qual temos de viver e nos relacionar.
No início do mês de Julho, deixou-nos um grande Homem. Era um gestor com uma dimensão humana muito fora do comum. Muitas vezes colaborou com o nosso Grupo, e sempre com um sorriso nos lábios, do seu jeito tipicamente alentejano, participando nas nossas conferências e outros eventos, escrevendo para as nossas revistas sobre os mais diversos temas. Era um dos nossos conselheiros da Executive Digest e com ele privávamos nos nossos almoços dos Conselhos, tinha sempre uma história engraçada, mas carregada de ensinamentos. E no interior de cada história, via-se sempre uma das suas maiores características e qualidades: a sua dimensão humana. Colocava sempre as pessoas no centro das histórias. Nesta edição, prestamos-lhe um tributo, incluindo vários testemunhos de diversos conselheiros.
Obrigado, Rui Semedo, pelo tempo e atenção que me dedicou, e por tudo o que nos ensinou, e nos deixou. Vai fazer mesmo muita falta!
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