Diz-me de que cor é o teu carro e dir-te-ei quem és

Paixão assolapada de mestres da pintura, inspiração de cientistas e expressão de culturas, a cor faz parte da nossa vida. E do nosso carro? O que nos diz?

Wassily Kandinsky dizia que “a cor é uma energia que influencia diretamente a alma“. O pintor que marcou as primeiras décadas do século XX com o traço abstrato em combinações únicas de tons e sombras não poderia estar mais certo. Já na Antiguidade, Hipócrates atribuía cores a estados temperamentais. E a psicologia moderna tem nas cores um dos seus pilares de análise e interpretação. Nem sempre a vida é um arco-íris, mas há tons que são um pote de ouro e a indústria automóvel que o diga: o branco e o preto são o sucesso clássico. Mas não bastam porque o mundo não é cinzento. A SKODA tem a lição estudada e explica tudo.

Quais são as cores mais populares? Que efeito têm as cores em nós? E que tipo de trabalho envolve a criação de um tom de carroçaria? A SKODA toma o pulso ao mercado e pinta o cenário atual: as cinco cores mais vendidas da paleta da marca são o Black Magic (de efeito perolado), Cinza Quartz (metalizado), Branco Candy, Prata Brilliant (metalizado) e Branco Moon (metalizado). É preciso descer até ao sexto lugar do ranking para encontrar a primeira “cor da casa”: o metalizado Azul Race.

 

Esta foi uma realidade ao longo de todo o ano de 2017 e durante o primeiro semestre de 2018, apesar de existirem muitas outras escolhas. Aliás, poucas marcas oferecerem uma gama de tons tão alargada como a SKODA: 15 cores padrão, aumentando para 67 se contabilizarmos as opções disponíveis com os vários modelos. O SKODA Superb, por exemplo, pode ser adquirido em nada menos do que 60 tons diferentes.

E em Portugal? A escolha dominante alinha pelo diapasão europeu: em 2018, o Black Magic, com 26%, dominou as preferências, seguindo-se o  Cinza Quartz, com 18,7%, e o Prata Brilliant, com 13,1%. Em quarto lugar no nosso país surge também um branco, o Moon, com 11%, enquanto em 5º lugar a primeira particularidade nacional: o Beije Cappuccino, com 8,3%, que por cá parece ter mais adesão do que no resto da Europa.

Ainda em Portugal, a SKODA mostra a sua atração pela cor e a importância que atribui ao tom certo para cada carro e para cada pessoa. De tal forma que a marca criou um microsite específico para o efeito e que pode ser acedido aqui.

Qualquer cor, desde que seja branco ou preto

Que longe vão os tempos do primeiro carro produzido em série, o Ford T, o tal que poderia “ser de qualquer cor desde que seja preto”, como ironizou Henry Ford. Na altura, a produção industrial não permitia grandes fantasias e era esse o alcance as palavras de Ford, mas o desenvolvimento tecnológico veio abrir portas à enorme versatilidade e às economias de escala: na mesma linha do carro branco, um outro preto ou um vermelho se seguem, sem que para isso seja necessário mudar toda a zona da pintura ou os estados de alma.

Mesmo assim, um pouco por todo o mundo, continuam a mandar os “suspeitos do costume”: o branco e o preto. A PPG, um dos maiores fornecedores mundiais de tintas e revestimentos para o setor automóvel, publica estatísticas anuais sobre o tema e a última, relativa a 2018, é clara (literalmente): o branco domina à escala global, com 39% dos automóveis de passageiros pintados nesta cor. Segue-se, com 17%, o preto e, em terceiro, com 12%, o cinzento. A cor prata, que muitos julgam ser a mais omnipresente, não vai além dos 10%. E, nestas quatro cores, já temos quase 80% do mercado mundial de ligeiros de passageiros.

Na Europa, o pódio não é assim tão diferente: 32% de carros brancos, 19% cinzentos e 18% de pretos. As diferenças vêm depois: o azul, com 10%, é a cor que se segue, ficando a prata em quinto lugar, com uns meros 8%. Face a 2017, as alterações são mínimas e a escolha tem-se mantido estável, fruto de uma boa parte do negócio ser movido por frotas e clientes profissionais: nestes casos, a escolha mais conservadora acaba por ser ditada à luz da revenda nos canais de seminovos ou usados.

Há, porém, um segmento de mercado que tem trazido mais cor ao mercado europeu: os SUV. Olhemos então para esta classe de veículos, que é, de resto, a que mais cresce no velho continente. De acordo com a PPG, os SUV (incluindo os de todas as dimensões e ainda os MPV), têm uma paleta mais diversificada do que qualquer outro segmento. Sim, é certo que os brancos e os pretos lá estão a conquistar a maioria, mas não chegam a metade do total. Na verdade, é nesta classe de mercado que mais cresce a procura pelos dourados/beges (4% das vendas em 2018) e pelos castanhos (3%). Os tons vermelhos, com 7% do total, parecem conhecer sucesso (só no segmento dos compactos se verifica uma procura maior, com 8%).

Diferentes segmentos e diferentes geografias colocam um desafio extra aos construtores. Para além da perceção puramente biológica das cores, há costumes culturais a serem levados em conta. Na Europa, tomamos como certo que as noivas casam de branco, enquanto cor de pureza e inocência. Os recém-casados ​​chineses, por outro lado, preferem vestidos vermelhos, pois, para eles, vermelho é fogo, fortuna e alegria. Como se percebe, um fabricante de automóveis não pode dispensar um olhar de antropólogo.

Um capricho?

Será a escolha da cor um aspeto secundário? Um capricho? Dificilmente. As cores têm mais efeito sobre nós do que poderíamos pensar. E, obviamente, quando se trata de automóveis, cores diferentes ajudam a diferenciarmo-nos dos outros.

A SKODA tem experiências interessantes neste domínio, ou não fosse, recorde-se, uma das marcas com a maior escolha do mercado. E tem no seu portefólio quatro cores exclusivas e, digamos, corajosas: quer um carro único, daqueles que são produzidos apenas uma vez por ano? Então escolha algo como o Lilás, ou talvez um dos verdes – Mint ou Malachite – da gama SKODA. Em 2017, cada um desses tons foi escolhido por um único cliente e cada um foi para um modelo diferente. A opção Rosa do SKODA Octavia provou ser mais popular… com dois clientes.

A relação das cores com a psique é debatida desde a Grécia antiga. No século V a.c., Hipócrates, frequentemente considerado o “pai da medicina”, foi o filósofo por trás da classificação dos temperamentos nas categorias “sanguíneo”, “fleumático”, “colérico” e “melancólico”, atribuindo cores diferentes a naturezas diferentes. Ainda hoje, um espectro de cores é usado em psicologia para testes de personalidade baseados nas tonalidades que pessoas diferentes preferem. Os pessimistas – e mais frequentemente os homens – tendem a usar cores mais escuras, enquanto as mulheres e os otimistas preferem tons mais claros.

Mas as cores não são apenas sinais ou faróis de “humores” (para usar outro conceito de Hipócrates). Elas impactam quase todos os aspetos da nossa relação com o mundo que nos rodeia. Como por exemplo, a forma como sentimos a temperatura. E, aqui, a filosofia e a física até têm estado de acordo na ausência de verdades absolutas: está calor? Não: sentimos calor.

Mas é melhor não irmos por aqui… voltemos aos carros: várias pesquisas feitas no setor automóvel mostraram que os ocupantes sentados num carro muito quente não baixaram tanto a temperatura do ar-condicionado quando o interior estava nas cores “frias” de violeta, azul ou verde. Pelo contrário, perante tons amarelos ou vermelhos, os participantes nas pesquisas evidenciaram uma consciência muito mais aguda do calor.

A SKODA tem dedicado especial atenção ao ambiente nos habitáculos e não é por acaso que modelos como o Octavia ou o Karoq, dependendo do nível de acabamento, permitem variar a iluminação do interior entre nada menos do que dez tons diferentes: cores frias no verão, cores mais quentes no inverno e vermelho ou laranja para manter a fadiga ao longe.

Terminamos como começámos. Com Kandinsky, o pintor do expressionismo abstrato e das explosões de tons, e provavelmente o mestre da escola Bauhaus mais consistentemente envolvido com o ensino da cor. “A cor provoca uma vibração psicológica. A cor esconde um poder ainda desconhecido, mas real, que atua em todos os lugares do corpo humano.”

E apetece perguntar, depois disto: tem a certeza que quer um carro branco?

(autor: Newsroom SIVA)

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