Cresce e conquista o Brasil

A Delta Cafés entrou no mercado brasileiro em 2011 com a abertura da primeira cafetaria Delta Q internacional e no ano seguinte constituiu a Delta Foods Brasil. «Um player relevante, associado à qualidade, a um sabor excepcional e único», assim se posiciona a marca no “país do café” – um mercado competitivo, que assume importância crescente para a empresa.

Rui Miguel Nabeiro, administrador do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, põe-nos a par da estratégia, do processo de construção da marca, de futuros lançamentos, do posicionamento da Adega Mayor ou das principais conquistas, como o facto de já serem a 4.ª marca de cafés em cápsulas, num mercado dominado por gigantes mundiais.

No processo de internacionalização da Delta, que importância assume o Brasil?

Assume importância capital. Pela sua dimensão – 1.º produtor mundial de café, 2.º mercado consumidor, logo após os EUA, pelo momento vivido pelo sector, em que o expresso é ainda uma bebida jovem com um enorme potencial de desenvolvimento, pela tendência de sofisticação do consumo com os consumidores a exigirem mais e melhores produtos. Um conjunto de circunstâncias favoráveis que se articulam criando oportunidades para uma marca com o perfil qualitativo como a nossa, desenvolva o seu potencial de crescimento, ampliando a sua participação. Ou seja, por um lado a dinâmica e o aumento do segmento das cápsulas, que veio alterar uma categoria muito madura e até então pouco inovadora, por outro, o segmento dos Cafés Especiais (moídos) a apresentar uma melhoria qualitativa e amplitude de oferta. Falamos justamente dos dois segmentos onde a Delta se encontra e posiciona.

Qual é a estratégia actual?

Entrámos neste mercado para ser um player relevante, associado à qualidade. Embora inseridos num mercado muito competitivo, a diferenciação dos nossos blends com as melhores origens desde a Ásia, América do Sul e Central, passando por África, constitui uma vantagem qualitativa muito concreta e sensorialmente perceptível. A estratégia é continuar crescendo alargando a nossa base de clientes com Delta Q e Delta Cafés, conquistando progressivamente a preferência dos consumidores, mantendo o ritmo de lançamentos e inovação. Neste aspecto, temos procurado activar um dos importantíssimos pilares da nossa empresa, que mantém foco em permanentes processos de inovação, e trazer para o Brasil um elevado ritmo de introdução de novos produtos: somente neste ano serão três novos blends Delta Q e mais dois novos modelos de máquinas – a Qlip e a Milk Qool. Na linha profissional “Delta Q Business” também traremos as novas máquinas Quorum 2 e Mayor Q. Com Delta Cafés, acrescentamos à gama Origens, os lotes Cuba, Vietnam e Índia. A área promocional, com as máquinas e activação PDV foram e continuam sendo os pilares onde mais investimos. O desafio de ganhar uma boa distribuição ponderada nas áreas geográficas onde actuamos, num território tão extenso, implica uma focalização muito grande, sem esquecer naturalmente o processo de construção de marca, o qual constitui outra área prioritária de actuação.

Como é que tem evoluído o processo de construção da marca no Brasil?

Temos conquistado algumas posições importantes – já somos a 4.ª marca de cafés em cápsulas. Estamos prestes a iniciar um trabalho com um “embaixador de marca” com grande notoriedade nos dois países – Portugal e Brasil, e que será transversal às actividades de comunicação que aplicamos localmente – desde materiais de PDV, digital, eventos, RP, etc. Em paralelo, temos associado a marca a importantes eventos no Brasil, na área da música e do entertainment, como seja o Rock in Rio, onde já fomos Café Oficial e por exemplo, o Camarote Brahma no Carnaval de São Paulo, onde participamos há três anos consecutivos.

No entanto, os nossos clientes são o nosso principal veículo de visibilidade, seja em parceiros como Walmart, Pão de Açucar, Oba, Cencosud, seja nos clientes do canal Horeca, onde todos os dias juntamos novos amigos a esta nossa família “tropical”.

Uma referência especial à nossa presença cada vez mais “omnichannel”, também através do canal ecommerce, onde a nossa loja online mydeltaq.com representa já 10% do negócio no Brasil.

Como é que se diferenciam num mercado competitivo?

Mantemos a nossa estratégia de termos uma gama única no mercado brasileiro, trabalhando as origens do “mundo” e mantendo um ritmo de inovação relevante nesta categoria. O produto, quando degustado, é imediatamente muito bem aceite e recebido pelos consumidores brasileiros. O café expresso Delta, de qualidade absolutamente diferenciada no mercado, com a particularidade de ser composto por blends com as mais prestigiadas e diversas origens mundiais, e sujeito a um processo específico de torra, resulta numa bebida que se distingue positivamente no mercado.

A nossa obsessão pela prestação de um serviço exemplar aos nossos clientes e a busca permanente de garantir um expresso perfeito no momento de consumo, constitui já um factor de diferenciação das nossas marcas e produtos.

Neste processo, contribui igualmente a rede de coffee shops com a marca Deltaexpresso, a qual está presente em diversos Estados do Brasil, e nos seus principais aeroportos, reunindo já cerca de 70 unidades.

Finalmente, tentar sempre perpetuar o exemplo que temos a felicidade e o orgulho de ter dentro da nossa casa: a construção de uma marca de rosto humano, onde os valores da humildade, da responsabilidade social, do trabalho, da sustentabilidade e da amizade estão sempre presentes, agradecendo permanentemente aqueles que em nós confiam, neste país tão especial e fascinante.

A Delta é conhecida também por bons ritmos de inovação. Prepara novos lançamentos?

A nossa presença no Brasil tem sido marcada pelo forte ritmo de lançamentos. Como já foi referido, neste ano lançamos, em Delta Q, duas novas máquinas e três novos blends, além das embalagens especiais. Um importantíssimo passo, foi termos recentemente iniciado a nossa operação no canal Horeca com a máquina Mayor, produzida em Portugal pelo Grupo Nabeiro.

Com Delta Cafés, ampliamos o portefólio da linha “Origens”, já com a Adega Mayor, trouxemos em Agosto, o “Adega Mayor Reserva” e “Adega Mayor Selecção”.

A enorme vantagem é de facto a cultura cada vez mais presente na empresa à volta deste pilar da inovação. A fortíssima e dinâmica actividade de transformar ideias em produtos e garantir a sua presença no mercado europeu, tem-nos permitido no Brasil ampliar as nossas gamas com novidades muito bem recebidas, como é o caso de Delta Q Canela, uma especiaria muito apreciada pelos consumidores.

No ano passado, referia um portefólio ampliado com a Adega Mayor. Qual o balanço?

Estamos ainda no início deste trabalho e o potencial mantém- -se, assim como o interesse dos clientes. Os vinhos portugueses têm ganho cada vez mais participação a qual é já maior que a Argentina. A Adega Mayor apresenta uma gama renovada e com uma imagem excelente, tendo progressivamente ganho espaço nos nossos clientes. A próxima linha a ser lançada será Qampo, com as azeitonas, tremoços e pickles, ainda durante 2018.

Estima a entrada em novas áreas?

Por enquanto o plano é reforçar a distribuição das nossas marcas que já estão no mercado – Delta Cafés, Delta Q, Adega Mayor, Deltea e, até o final deste ano, Qampo. Naturalmente que estaremos atentos às oportunidades do mercado, mas este trabalho de consolidação será absolutamente crucial para garantir o crescimento e o valor das marcas, num território imenso e cheio de particularidades, que influenciam hábitos, preferências e a própria distribuição. A nossa cultura de proximidade, a focalização nos nossos clientes e consumidores para os servir sempre melhor, assume no maior país da América do Sul um desafio ímpar, que nos deve fazer sempre olhar para o nosso crescimento com ambição, mas simultaneamente com prudência e tranquilidade.

Quais são as expectativas para 2019?

Dar continuidade ao nosso processo de crescimento sustentado, estando cada vez mais próximo dos nossos clientes e consumidores. Investimos recentemente no crescimento da equipa com o objectivo de servir melhor os nossos actuais parceiros e conquistar novas frentes que nos irão permitir maiores coberturas.

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