Cash (-Flow) is king

Uma das conversas mais escutadas no último mês entre Administradores de Empresas tem que ver com a maior valorização do fluxo de caixa gerado.

As empresas e os seus gestores deveriam cada vez mais ser avaliados pelo cash-flow gerado no final do ano, mais do que pelos seus resultados líquidos ou EBITDAs.

Primeiro porque o país assim o exige por se ter atingido o limite de endividamento na Economia e ser necessário reconstituir centros de acumulação de capital, minimizando o recurso ao financiamento bancário para novos projectos;

Segundo porque o cash-flow gerado, ao contrário do EBITDA ou dos resultados líquidos, poder ser mais dificilmente manipulável. É muito mais fácil fazer circular facturas com terceiros, A factura a B, este a C, C a D e este a A, aumentar receitas, alguns resultados, mas sem correspondente aumento de cash-flow.

Terceiro porque iremos assistir a empresas viáveis serem obrigadas a fechar portas por questões
de liquidez. Um projecto viável destruído pela incapacidade de gerar fluxos de caixa ou financiamento. O único antídoto para tal acontecer é voltar a atenção para esse cash-flow, objectivo primário e absoluto para manter a empresa.

Quarto porque ainda existe um sentimento em algumas empresas que apesar de ter ganhos contabilísticos e documentais, mas sem geração de cash-flow, os dividendos devem ser mantidos e com isso recorrer ao endividamento para a sua manutenção. Tal acaba por ter um efeito pernicioso na estrutura da empresa em alavancagem. As empresas pagam dividendos sobre resultados, mas na prática pagam-nos sobre mais endividamento.

Numa situação de aperto financeiro, desalavancagem e custos financeiros explosivos o bom gestor deve ser cada vez mais avaliado fluxos de caixa gerados. Em conversa simples, ganhar dinheiro é cada vez mais GANHAR DINHEIRO.

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