Até sempre

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Paulo Carmona

Director da revista Executive Digest

Editorial publicado na edição de Julho de 2013 da revista Executive Digest

Com este número chegam ao fim as minhas funções de direcção editorial da revista Executive Digest.
Foram sete bons anos de relançamento dum projecto editorial que faz falta. Por um baixo custo relativo damos acesso a bastantes leitores ao muito que de melhor se publica sobre gestão, em imprensa e livros, por esse mundo fora.

O balanço do nosso trabalho será feito por cada um de vós e espero que continuem a ser fiéis leitores da revista. A tendência e a vontade são para melhorar sempre e após as férias teremos algumas novidades que, esperamos, sejam do vosso agrado. Com o meu sócio e amigo Ricardo Florêncio a dirigir a revista, serão de certeza.

Quanto a mim, aceitei fazer em vez de criticar. Assumi um cargo de Administração numa empresa pública. Como tal, e por força da lei das incompatibilidades do gestor público, vejo-me com tristeza obrigado a deixar este projecto.

É sempre mais cómodo ficar no sofá a criticar isto tudo, mas assim isto tudo não melhora. Acredito idealisticamente que se todos colaborarmos um pouco, o nosso país sairá da crise onde a nossa irresponsabilidade o colocou. E a culpa não é de quem desgovernou o país, é nossa porque deixámos e abdicámos de participar na vida pública, entretidos que todos andávamos a cuidar da nossa vidinha. Eu irei redimir a minha quota-parte de culpa, e vós? Chamem-me ingénuo que eu aceito e possivelmente terão razão, mas isto tem conserto. O futuro o dirá. No meu caso tenho sorte, pois o projecto é interessante e a equipa do Governo na energia é muito boa.

Chamemos-lhe serviço cívico, pelos meus filhos e pelo país que tudo me deu, pois há uma retribuição a dar quando o país precisa. Infelizmente é disso que se trata, porque pessoal e materialmente não compensa. Já aqui falámos do mal que se paga no Estado que não retém o talento. E sem uma Administração Pública bem paga, capaz de atrair os melhores, será muito complicado o Estado não ser capturado pelos interesses privados. A organização do país não pode repousar em beneméritos, malucos, ingénuos ou incompetentes.

Enfim, há muito a fazer, eu vou. Espero…

Tentar, criticar ou emigrar, vejo poucas alternativas.

Continuarei convosco na última página desta revista e, como se diz, até sempre.

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