Ano novo, tudo novo

ano_novo_tudo_novo_Melhor do que começar 2011 tornando-se sócio dum ginásio que não utilizará ou começando uma dieta da moda, porque não renovar os seus planos profissionais? Com a ajuda de peritos, REBECCA ALEXANDER, mostra-lhe como fazê-lo.

O seu plano para um ano começa aqui. É Janeiro e a dose normal de banais artigos de ‘Novo ano, novo eu’ surge em todos os jornais, nas revistas e na televisão. Ora, sabemos que os nossos queridos leitores são demasiado argutos para seguirem todos estes conselhos maioritariamente inúteis. Mas isso não quer dizer que a chegada do novo ano não nos faça parar para reflectir sobre os 12 meses anteriores e olhar de novo para as nossas ambições, expectativas e esperanças para o ano que começa. Afinal, sem objectivos como poderíamos avaliar o nosso progresso?

Neste clima económico incerto, é essencial tanto para o nosso desenvolvimento pessoal como para o do nosso negócio fazer planos tendo em conta diferentes resultados possíveis. Assim, se não o fez ainda, este é o momento de fazer o seu plano estratégico pessoal para 2011 (e, ao contrário da M&S, um plano B e até um plano C).

Auscultámos alguns dos peritos profissionais com mais experiência no Reino Unido e pedimos-lhes conselhos sobre que perguntas fazer a si mesmo à medida que formula o seu plano anual. Como se estivesse a planear os seus primeiros 100 dias num cargo – se tivesse um quadro em branco, o que deseja atingir, o que deseja aperfeiçoar e de que ferramentas precisa para o conseguir?

Apesar de os nossos peritos sugerirem questões diferentes, há uma coisa em que todos concordam – mais do que nunca cabe ao indivíduo dar forma à sua carreira, e não esperar por empurrões das chefias ou dos recursos humanos. Assim, quaisquer que sejam os seus objectivos, aqui estão oito perguntas para o ajudar a desenhar a sua estratégia para os próximos meses.

1. O que é que eu gostaria que se mantivesse igual e o que eu gostaria que estivesse diferente daqui a 12 meses?

Apesar de todos os nossos peritos sugerirem perguntas diferentes, houve um tema que a maior parte deles mencionou de uma forma ou outra. É basicamente um convite a olhar para o que gosta no seu cargo e para aquilo que excluiria se pudesse. Então, como começar? Octavius Black, director geral do Mind Gym, recomenda sentar-se à mesa da cozinha, abrir uma garrafa de vinho e pôr a si próprio uma data de questões – como por exemplo: como estão a ser usados os meus talentos? Quão realizado me sinto? O meu ambiente de trabalho mudou? Desejo continuar nesta empresa? Os meus colegas motivam e estimulam-me? Ainda há espaço para aprendizagens e promoções? Não há zonas proibidas; as suas respostas serão a base do seu plano para o ano.

Acção ›› Considere como se sente quando diz às pessoas onde trabalha. As suas emoções de orgulho ou miséria são indicativas de como se sente em relação ao seu emprego e se está na altura de mudar.

Faça um diagrama da sua carreira até à data. No eixo horizontal coloque todos os empregos que já teve. Utilize o eixo vertical para avaliar o seu nível de felicidade e realização em cada emprego, de zero a dez. Em qual foi mais feliz e se sentia mais realizado? O que é que nesse cargo fazia sobressair o melhor de si? Consegue recriar esses factores no seu presente posto?

Anote os seus objectivos. Black acredita que é mais provável atingi-los se eles estiverem registados preto no branco. Avalie o seu progresso. Comprometa-se a rever esse documento a cada três meses. Não há problema nenhum em mudar os seus objectivos, mas reforçamos a importância de escrevê-los. Demonstra que tomou uma decisão consciente de mudar alguma coisa na sua carreira.

2. O que posso controlar e influenciar?

Depois de considerar a perspectiva mais global está na hora de focar-se nos detalhes. De acordo com Jessica Pryce-Jones, presidente da consultora de gestão de recursos humanos iOpener, e autora de Happiness at Work (Wiley-Blackwell), se não gostamos do nosso emprego poderíamos pensar (erradamente) que temos de mudar tudo. Mas muitas vezes algumas pequenas alterações podem ter um grande impacto na nossa motivação e realização. Vale a pena “baixar os olhos e concentrar-se”, diz Pryce-Jones. “Mesmo que tenha grandes ambições, como o objectivo de fazer parte da administração de uma empresa cotada no FTSE 100, não será em 12 meses que o irá atingir. Terá de pensar nos pequenos passos que tem de dar entretanto. Muitas vezes é suficiente conseguir algumas das coisas que deseja” afirma ela.

Acção ›› Identifique as pequenas mudanças que estão no seu controlo e que farão uma grande diferença. Talvez haja colegas que fazem sobressair o melhor de si – será que há forma de trabalhar perto deles com mais regularidade?

Identifique diferentes caminhos para atingir o seu objectivo. O falecido professor de psicologia C. R. Snyder recomendava que para conseguir algo diferente necessitamos de cinco caminhos diferentes para iniciar. Se um caminho falhar, simplesmente experimentamos outro. Por exemplo, diz Pryce-Jones, se a sua visão é ser presidente duma grande empresa os seus cinco caminhos poderiam ser: Com que presidentes posso falar para saber como chegaram onde chegaram? Quem é importante que saiba de mim? Como posso estabelecer uma rede de contactos e utilizá-la? Como é que vou reagir ao feedback que possa receber? Que experiências adicionais poderei precisar?

Avalie a sua motivação. Assim como os caminhos, precisará de vontade para ter sucesso. Decida o quão disposto está a experimentar cada um dos caminhos. O ideal é a sua vontade ter uma força de sete em dez mesmo antes de começar. Se é mais fraca do que isso, é melhor tentar outro caminho ou encontrar forma de dar um empurrão à sua motivação.

PARA LER O ARTIGO NA ÍNTEGRA CONSULTAR EDIÇÃO IMPRESSA Nº60

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