ACAP faz o balanço do mercado automóvel

Tal como manda a tradição, a ACAP faz o seu habitual balanço do mercado automóvel, mostrando o que aconteceu em 2018, bem como algumas previsões para o ano em que já nos encontramos.

O mercado automóvel encontra-se a passar por uma fase de transição. Há uma grande espectativa sobre como se vai desenvolver a batalha entre os motores a gasolina e os diesel, mas também uma atenção redobrada ao constante crescimento dos automóveis movidos a energias alternativas, como é o caso dos elétricos. Mas o que está praticamente garantido é que estamos a assistir a um regresso gradual do mercado aos valores normais, registados antes do período de crise.

De uma forma global, 2018 teve um ligeiro crescimento face ao ano anterior, passando de 266.385 unidades comercializadas para 273.252, o que representa um aumento de 2,6 por cento para o total das vendas. Se nos focarmos apenas nos automóveis ligeiros de passageiros, o crescimento foi ainda ligeiramente superior, chegando aos 2,8 pontos percentuais.

O protagonista das tabelas de vendas foi o Renault Clio, com quase 14 mil unidades vendidas, seguido do Nissan Qashqai com praticamente metade deste valor. O Peugeot 208 e o Renault Captur ficaram ambos um pouco acima das seis mil unidades matriculadas e o Renault Mégane e o Mercedes-Benz Classe A ligeiramente abaixo desta fasquia.

Em termos de segmentos, o maior número de vendas continua a estar focado na categoria dos utilitários, com 42 por cento das vendas em 2018, seguido do segmento C, ou dos familiares médios, com 37,6 por cento. A berlina de cinco portas ainda continua a ser o formato mais desejado, registando 44 por cento das vendas, seguido daquele que continua a somar mais adeptos ao longo dos últimos anos: os SUV de apenas duas rodas motrizes. A sua fatia de mercado passou dos 19 para os 25 por cento no último ano, ficando acima das carrinhas, que apenas conseguem uma percentagem de 14 por cento no mercado.

Em termos de combustíveis, é fácil perceber que o reinado do diesel está mesmo a ficar cada vez mais pequeno, tendo passado de 61 para 53 por cento no último ano. Os modelos equipados com motor a gasolina aumentaram dos 34 para os 39 por cento, mas o mais interessante é verificar que todos os outros tipos de combustível (onde se incluem os elétricos, por exemplo) passaram de uma percentagem de mercado de 4,7 para 7,4 em 2018. De referir ainda que estes tais “outros”, há dez anos, ocupavam apenas uma percentagem de 0,8 por cento das vendas no mercado nacional.

Aliás, entre 2010 e 2018 o crescimento de vendas de veículos movidos a energias alternativas como os elétricos ou os híbridos, mas também os modelos movidos a gás natural e GPL, conta com valores muito próximos dos 600 por cento. Se olharmos apenas para os híbridos plug-in, não deixa de ser curioso observar que em 2010 foram matriculadas apenas cinco unidades e que em 2018, este valor passou para as 3776 unidades. Mas o maior crescimento verificado no ano anterior foi mesmo o dos veículos elétricos, com uma percentagem de 148 por cento, que se traduz em 4.073 unidades matriculadas.

Em contrapartida, e apesar de todas estas unidades vendidas, 2018 foi também o ano em que se manteve a idade média do parque automóvel nos 12,6 anos (se contarmos apenas com os automóveis ligeiros de passageiros), principalmente devido ao aumento de automóveis usados importados, que representam 33,8 por cento das vendas de automóveis novos, ou seja, um crescimento de 17 por cento face a 2017.

Finalmente, uma nota no que diz respeito à produção automóvel em Portugal que, em 2018, viu serem produzidos 294 mil veículos. Este valor representa um crescimento de 68 por cento face ao ano anterior, sendo que a maior fatia continua a ser referente aos automóveis ligeiros de passageiros. Trata-se de um valor acima daquele que se registou em termos de vendas de automóveis, mas que se destinada quase na totalidade (97 %) a exportação. Em solo nacional ficaram apenas 8.693 unidades deste valor total. O destino destes automóveis tem a Alemanha como o seu principal destino (21,4 %), seguida de França (com 15,4 %) e de Itália (12,2 %).

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