«A SATA deixa de voar para a Europa»

A abertura do mercado aéreo açoriano a transportadoras aéreas internacionais, bem como desequilíbrios financeiros acumulados levaram o presidente do Grupo SATA a apresentar no início do ano um plano de desenvolvimento estratégico que prevê a redução de custos fixos em 12,5% até 2020.

Em entrevista à Executive Digest, Luís Parreirão, presidente do grupo, explica quais as dificuldades da companhia na actualidade e o que está previsto para os próximos cinco anos.

Por Helena Rua

Assumiu a presidência do Grupo SATA em Maio do ano passado e já em Janeiro apresentou o Plano de Desenvolvimento Estratégico 2015-2020. O que está na realidade na base da deterioração económico-financeira do Grupo SATA?
Temos uma preocupação e um mandato para preparar o Grupo, com o seu conjunto de empresas, para os próximos cinco anos. Mas qualquer olhar para o futuro implica que a realidade actual seja conhecida e caracterizada com o maior rigor. Foi isso que procurámos fazer como ponto de partida para este plano estratégico. A partir daí fixámos os pressupostos para os próximos anos e os objectivos a alcançar.
O Grupo SATA tem valências múltiplas, presta serviços de transporte aéreo de naturezas várias, ao abrigo de diferentes regimes e que, ao longo da sua história, que já tem perto de 70 anos, evoluiu de uma transportadora que assegurava as ligações entre as diversas ilhas dos Açores – primeiro entre algumas e depois entre todas as nove ilhas – para uma dimensão diferente com a criação da SATA Internacional e com a realização de voos para fora dos Açores. Pergunta-me quais os desequilíbrios que a empresa apresenta e quais as suas principais dificuldades neste momento. A SATA tem, e isso está vertido expressamente no plano, duas dificuldades de natureza diferente.

Tem uma dificuldade financeira, que decorre de ter um crédito bastante elevado sobre várias entidades, e de ter ao mesmo tempo, e em parte por causa disso, um financiamento bancário de curto prazo também de montante muito elevado. Isso leva a que seja uma empresa com dificuldades de financiamento, que é muito importante no sector da aviação, e a uma empresa com uma função financeira muito pesada, ou seja, com custos de capital muito altos porque mais de dois terços da sua dívida é dívida de curto prazo. A par disso, a SATA tem algumas dificuldades não menos importantes de natureza operacional.

Leia este artigo na íntegra na edição de Fevereiro da Executive Digest

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