A propósito de Copenhaga

amazonia11Acabar com o desflorestação na Amazónia até 2020 custaria cerca de 18 mil milhões de dólares em investimentos além do que já é gasto actualmente pelo governo na região, segundo um estudo publicado na revista Science. O cálculo foi feito por cientistas brasileiros e norte-americanos, que defendem uma meta ainda mais ambiciosa do que os 80% de redução que o Brasil pretende levar para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) de Copenhaga.

“É algo que se pode fazer perfeitamente “, disse o ecologista Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazónia (Ipam), um dos autores do estudo. “Achamos que dá para ir além dos 80% “.

Quem pagaria a conta não seria o povo brasileiro, mas os países desenvolvidos, por meio da compra de créditos de carbono florestal e outros mecanismos de financiamento internacional. “O mais provável e justo é que esse dinheiro venha de outros países”, afirma Daniel Nepstad, do Woods Hole Research Center, nos Estados Unidos. Para isso, os cientistas contam com a aprovação em Copenhaga do mecanismo Redd.

“É a maneira mais barata de reduzir emissões, afirma Britaldo Soares Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Brasil não pode perder esta oportunidade”. A estimativa inclui gastos com fiscalização, gestão de áreas protegidas, pagamento por serviços ambientais e apoio ao desenvolvimento sustentável de comunidades tradicionais – de modo a que não precisem mais derrubar as florestas para sobreviver.

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